Vídeo: “É um lugar racista”, diz Cantor Jau ao ser barrado em restaurante; “Adotamos código de vestimenta formal”, explica estabelecimento

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O cantor e compositor Jau gravou um vídeo na noite desta quinta-feira (2) para denunciar que foi vítima de racismo. Segundo o artista, ele e sua equipe foram impedidos de entrar no Sette Restaurante, na Barra, em Salvador.

“Gente, com toda humildade do planeta terra, eu acho que um cidadão vestido dessa forma pode entrar em qualquer ambiente, independentemente da cor dele, ele vestido dessa forma só pode ser barrado no ambiente se houver algum problema racial, ou se houver algum problema de índole, ou se houver algum problema com essa pessoa, que não é meu caso, eu ainda sou artista da terra. E eu fui no restaurante Sette, fui barrado, impedido de entrar porque estava vestido assim”, inicia o cantor.

“Não era a indumentária, faltava-me talvez olhos azuis e cabelos louros, não os tenho, não culpo quem os têm, não os quero ter, mas preciso da minha liberdade de ir e vir e hoje o restaurante Sette foi preconceituoso comigo e minha equipe não deixando a gente adentrar ao espaço. Não é um lugar democrático, não é um lugar frequentável, é um lugar racista”, diz Jau.

Assista:

Cantor Jau presta depoimento e filmagens de restaurante devem ser solicitadas pela polícia

Reprodução/ Vídeo

O cantor Jau prestou depoimento na 14ª Delegacia, na Barra. Ele acusa o Sette Restaurante, localizado no mesmo bairro, de não permitir sua entrada no estabelecimento por causa de racismo.

De acordo com o Balanço Geral, a delegada responsável deve emitir mandado de busca e apreensão para ter acesso às imagens de câmeras de segurança do restaurante. O Ministério Público aguarda a remessa do inquérito. Grupos do movimento negro estariam organizando uma manifestação em apoio ao cantor.

Jau gravou um vídeo em que afirma que ele e sua equipe foram impedidos de entrar no Sette Restaurante e questionou os motivos. “Não era a indumentária, faltava-me talvez olhos azuis e cabelos louros, não os tenho, não culpo quem os têm, não os quero ter, mas preciso da minha liberdade de ir e vir e hoje o restaurante Sette foi preconceituoso comigo e minha equipe não deixando a gente adentrar ao espaço. Não é um lugar democrático, não é um lugar frequentável, é um lugar racista”, lamentou o artista.

“Restaurante adota código de vestimenta formal”, explica estabelecimento

Montagem BNews

O restaurante Sette, que fica localizado dentro do Yacht Privilege, na Barra, em Salvador, um dos locais considerados de classe média alta da capital baiana, explicou, através de uma nota no Instagram, sua posição referente ao ocorrido com o cantor Jau, na noite desta quinta-feira (02).

No texto, o restaurante afirma que há “um código de vestimenta formal, inclusive mostrando placa afixada na porta do estabelecimento”, dando a entender que para entrar no local, é preciso se ‘arrumar’ adequadamente e o cantor não estava trajado.

Ainda no comunicado, o Sette ainda diz que houve a averiguação das câmeras de segurança e afirma que o acompanhante de Jau estava usando uma bermuda, “dress code” não autorizado pelo estabelecimento.

“Em imagens capturadas pelas câmeras de segurança do Sette, vê-se claramente que o acompanhante do cantor não estava usando vestimentas de acordo com o dress code estabelecido (usava bermuda), bem como chapéu utilizado pelo artista, motivos estes que levaram o segurança a informá-lo da necessidade de adequação para acesso ao local”.

Entretanto, o cantor, no vídeo, reforça que foi vítima de racismo por parte do restaurante e, nesta sexta-feira (03), prestou depoimento da 14ª Delegacia da Barra. O mandado de busca e apreensão para obter imagens das câmeras de segurança será emitido.

O estabelecimento, na nota, reforça que o preconceito não faz parte dos princípios do restaurante e que “abomina qualquer ato racista ou discriminatória, prezando por sua conduta democrática e inclusiva, e reforça que apenas existe um dress code para ingresso na casa”.

Informações: Bnews

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