Vereador Gabriel Monteiro é acusado de assédio moral, estupro, irregularidades no gabinete e forjar vídeos aponta Globo; O youtuber e ex-policial rebateu as acusações

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Assessores e ex-assessores do ex-policial, YouTuber e vereador Gabriel Monteiro (sem partido) acusam o político de assédio sexual e moral, de acordo com o programa Fantástico, da rede Globo, exibido neste domingo (27).

Foram exibidos cinco depoimentos de pessoas que teriam sido vítimas do vereador: uma mulher que teria tido relações sexuais com ele, uma ex-funcionária e três servidores que foram ou são lotados no gabinete de Monteiro na Câmara Municipal.

O assessor parlamentar Mateus Souza contou que Monteiro o obrigava a “fazer carinhos”: “Eu pedia pra parar e ele não parava (…) de mandar eu ficar fazendo carinho nele”, disse Souza.Também assessor parlamentar, Heitor Monteiro fez relato semelhante. Ele disse que o vereador chegou a pedir carinho em suas partes íntimas: “Em todas as regiões do corpo (…) Já chegou a pedir também (na região genital)”.Gabriel Monteiro foi o terceiro mais votado nas eleições de 2020, com mais de 60 mil votos. Na internet, tem 23 milhões de seguidores. Mas a popularidade que ganhou nas redes não é partilhada por seus colaboradores.

Ex-assistente de produção de Monteiro, Luiza Batista gravava vídeos para suas redes sociais e contou ao “Fantástico” que ele a abraçava por trás, dizia que a amava, beijava o seu rosto e andava nu: “Uma vez foi no carro. Ele começou pedindo pra fazer massagem no meu pé (…) Eu tentava tirar o pé e ele segurava. Aí foi começando a passar a mão nas minhas pernas. Foi para o banco de trás e começou a me agarrar, me morder, me lamber”. Após sete meses trabalhando para o vereador, Luísa disse que teve de procurar um psiquiatra. “Toda vez ele ficava descendo a mão. Cansou de passar a mão na minha bunda. Eu segurando a mão dele. Queria tirar a minha vida (…) Eu me sentia culpada”.

Foto: Reprodução / TV Globo

Terceiro vereador mais votado do Rio de Janeiro, o ex-PM Gabriel Monteiro foi acusado de assédio moral e sexual, além de cometer irregularidades em seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio e de forjar vídeos no Youtube, com cenas montadas de tiroteio em favela e de ajuda a uma criança carente.

Uma das acusações de assédio sexual foi feita por uma ex-funcionária do vereador, que relatou situações ocorridas durante o trabalho. “Ele me abraçava assim por trás, ‘te amo’ e não sei o que, ‘você é minha amiga’. Beijava o meu rosto, saía de pênis ereto e ia mostrar para o segurança”, contou Luiza Batista. “Uma vez, foi no carro que ele começou pedindo para fazer massagem no meu pé. Puxou meu pé e fez massagem. Eu tentava tirar o pé e ele segurava. Aí foi começando a passar a mão nas minhas pernas. Foi para o banco de trás e começou a me agarrar, me morder, me lamber”, relatou, afirmando que chegou a se queixar das investidas de Gabriel .

“Dá pra ver que ele chegava a passar [a mão]. Eu falava: Gabriel, não gosto de gravar esses vídeos, você sabe. E toda vez ele ficava descendo a mão. Cansou de passar a mão na minha bunda. E eu segurando a mão dele. Pedindo e pedindo”, conta a ex-funcionaria, que disse ter se sentido culpada e pensado em se suicidar após os episódios de assédio.

Uma outra mulher, que preferiu ficar anônima, disse que começou a ter relação sexual consensual com o vereador, mas que em determinado momento o ato evoluiu para um estupro. “Teve um momento que ele usou força. Me segurou e foi com tudo. Me deixou sem saída. Eu pedindo para ele parar, ele não respeitou o momento em que eu pedi para ele parar”, relatou a mulher, que acusa Gabriel Monteiro de estupro. “E ele rindo, ‘é uma brincadeira. Não leva a sério, não. Não fica chateada”, lembrou.

Além das mulheres, um funcionário também contou ter presenciado episódios constrangedores na casa do vereador, onde era obrigado a cumprir expediente. “A gente ficava ali na frente e várias vezes ele foi na parte da frente da varanda da casa, e em outros cômodos a gente já viu também, com o órgão sexual para fora. E se vangloriando do tamanho do pênis. E mesmo se masturbando na frente de toda a equipe”, disse o rapaz.

O assessor parlamentar Mateus Souza contou também que o vereador o obrigava a “fazer carinhos” “Eu pedia pra parar e ele não parava”, disse o funcionário. A mesma situação foi relatada pelo assessor Heitor Monteiro, segundo o qual Gabriel pedia carícias “em todas as regiões do corpo” e já chegou a pedir também na genitália.

VÍDEOS FORJADOS

Em outros trechos da reportagem do Fantástico o vereador aparece dramatizando cenas simulando participação em tiroteio. Nos vídeos ele dirige sua equipe, aparece descontraído em meio aos tiros e treinando o que seria relatado aos policiais acionados por ele.

Outro vídeo mostra Gabriel Monteiro com uma menina em uma mesa de praça de alimentação em um shopping, orientando a criança a repetir um texto dizendo que sem a ajuda dele não teria o que comer, mas estava comendo o que mais gosta.

Em outro vídeo que a reportagem teve acesso ao material bruto, Gabriel é visto orientando uma criança a dizer que está sem comida. Na versão editada, publicada em suas redes sociais, ele leva a menina ao shopping e ouve que “está comendo o que mais gosta”.

Neste sábado (26), o vereador Gabriel Monteiro, do Rio de Janeiro, publicou um vídeo em suas redes sociais para “desmontar” denúncias feitas pela TV Globo durante uma entrevista que ele concedeu ao Fantástico. Na gravação, Gabriel Monteiro aparece conversando com o repórter Pedro Figueiredo, do Fantástico, e respondendo perguntas para a emissora.

Um dos questionamentos foi referente a uma acusação de estupro. De acordo com o jornalista, uma mulher disse que teve relações sexuais com Gabriel Monteiro, mas que ele não parou quando foi pedido.

– Eu jamais cometeria um estupro (…) Já que o repórter quis trocar de assunto, irei informar a verdade. Tenho uma funcionária que estou pagando há meses o tratamento de saúde, porque ela colocou o atestado e falou que não tinha mais capacidade de trabalhar enquanto não se curasse. Contundo, nós temos provas de que ela trabalha. Não trabalha aqui. Está tudo bem com ela, pega o meu dinheiro e trabalha no negócio dela – destacou.

Ele então publicou um áudio em que a suposta funcionária diz que está cometendo irregularidades. Gabriel Monteiro continuou.

– Essa mesma funcionária, que precisa de mídia para o negócio dela alavancar, procurou a minha assessoria. Fazendo uma proposta totalmente inaceitável de eu pagar R$ 100 mil a ela para que não fosse a televisão e me acusasse de abuso sexual, sendo que nunca fiz nenhum abuso sexual contra ela – apontou.

O vídeo então prossegue com outros questionamentos críticos ao vereador.

Assista logo abaixo.

Informações: BNews / Bahia.Ba / Pleno News

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