Veja quem e como receber o Auxílio Brasil; Pagamentos do novo programa social começam dia 17 e Incertezas fazem pessoas amanhecerem em filas pelo país

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O Bolsa Família e o Auxílio Emergencial chegaram ao fim. No lugar desses programas, o governo começa a pagar, no próximo dia 17 de novembro o Auxílio Brasil.

Nas últimas semanas, milhares de brasileiros formaram filas em postos do Cadastro Único, em busca de informações sobre o pagamento do novo programa. Saiba aqui quem vai receber – e se é preciso se cadastrar.

Quem recebe

O Auxílio Brasil será pago a:

  • Famílias em situação de extrema pobreza;
  • Famílias em situação de pobreza; e
  • Famílias em regra de emancipação (famílias já beneficiárias cuja renda em algum momento superar o limite do programa).

Eu recebia o Bolsa Família. E agora?

No mês de novembro, o Auxílio Emergencial será pago aos mesmos beneficiários que receberam o Bolsa Família em outubro. Poderão ser excluídos, no entanto, os beneficiários que, durante o mês de outubro, descumpriram as regras do Bolsa Família (como deixar de frequentar a escola, por exemplo).

Não será preciso se recadastrar – as famílias serão migradas automaticamente para o novo programa.

Não recebia o Bolsa. Como me inscrever?

Os brasileiros que se enquadrarem nas regras poderão vir a receber o Auxílio Brasil. Para isso, é preciso se inscrever no Cadastro Único. Clique aqui e veja como se inscrever no CadÚnico

Quem já estiver no Cadastro Único mas ainda sem receber o Bolsa, precisa atualizar o cadastro se ele tiver mais de dois anos, ou se tiver havido mudança de endereço, renda ou outras informações sobre a família.

O Ministério da Cidadania alerta, no entanto, que mesmo as famílias inscritas no Cadastro Único e que se enquadrem nos critérios do programa, não terão concessão imediata ao Auxílio Brasil. Não existe um prazo definido para a realização dessa concessão.

Além disso, as famílias com dados inconsistentes no Cadastro Único poderão ser impedidas de ingressar no programa até que sejam sanadas as inconsistências identificadas.

Beneficiários do Bolsa Família, programa de distribuição de renda federal encerrado no fim de outubro, estão passando noites na fila em postos em todo o país atrás de informações sobre o Auxílio Brasil.

Quem recebia o Auxílio Emergencial, que igualmente foi cancelado, também está buscando orientações nas unidades de assistência social — responsáveis pelo Cadastro Único (CadÚnico).

É pelo CadÚnico que o governo federal vai pagar o Auxílio Brasil. O Ministério da Cidadania afirma ainda que os inscritos do Bolsa Família receberão automaticamente o novo programa — mas existem pontos indefinidos (veja mais abaixo).

Famílias em situação de pobreza ou extrema pobreza — com renda por pessoa de até R$ 200 —que não recebiam o Bolsa Família podem ser incluídas no CadÚnico, junto às prefeituras e governos estaduais.

Problemas pelo país

No Rio de Janeiro, Rita de Cássia era a primeira a ser atendida nesta quinta-feira (11) no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) de Paciência, na Zona Oeste. Era a segunda madrugada que ficava em claro e ao relento.

“Anteontem [de terça para quarta], cheguei às três da manhã e não consegui. Eles distribuem apenas 20 senhas por dia. Quem chegar depois não consegue nada”, disse.

A TV Globo flagrou o momento do desmaio, na calçada da Central de Atendimento do CadÚnico, no Centro da capital pernambucana.

Em Salvador, houve protesto na fila da Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza.

Depois de um dia inteiro de filas na quarta, também houve quem chegou à noite para tentar ser atendido nesta quinta.

Em Manaus, longas filas voltaram a ser registradas nos Centros de Referência da Assistência Social na manhã desta quinta-feira (11).

No bairro Jorge Teixeira, a população começou a chegar ainda na noite de quarta-feira (10) para tentar atualizar o CadÚnico.

Multidão se aglomera no CRAS Jorge Teixeira para atualizar o CadÚnico em Manaus — Foto: Paulo Paixão/Rede Amazônica

Multidão se aglomera no CRAS Jorge Teixeira para atualizar o CadÚnico em Manaus — Foto: Paulo Paixão/Rede Amazônica

Pontos a definir

Pelo Brasil, as dúvidas mais comuns são: quem tem direito? É preciso se recadastrar? Qual será o valor a receber?

O governo reajustou o valor médio do benefício, mas o complemento para garantir um mínimo de R$ 400 ainda não é certeza. O valor médio, recém-reajustado, subiu para R$ 217,18.

A conta de exatamente quanto cada família vai receber depende do direito a outros benefícios que estão debaixo do guarda-chuva do Auxílio Brasil — como prêmios por desempenho escolar ou científico.

“Não há clareza sobre quais são os benefícios do Auxílio Brasil em relação ao Bolsa Família. No que o Auxílio Brasil aprimora o Bolsa Família?”, indagou Lauro Gonzalez, professor da FGV.

“Temos um programa que já tinha 18 anos e ele passa a ser descontinuado, não existe mais, e é substituído por alguma coisa cuja duração vai até fim de 2022. O que virá depois é uma incerteza”, emenda o professor.

Informações: G1

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