Apenas uma em cada sete (14%) crianças com anomalias por zika no Brasil recebeu o atendimento ‘completo’ para a condição em 2017.
Os dados são do último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, criado para acompanhar a saúde de crianças brasileiras afetadas pelo vírus.
Segundo diretrizes da pasta, o ideal é que essas crianças tenham acesso à puericultura, à atenção especializada e à estimulação precoce.
Na puericultura, são feitos atendimentos importantes nos primeiros meses de vida. Nesse serviço, profissionais de saúde acompanham, por exemplo, a velocidade de crescimento do perímetro encefálico.
Na atenção especializada, crianças devem ter acesso a especialistas específicos para as dificuldades que enfrentam (respiratórias, oftalmológicas, neurológicas, por exemplo).
Já na estimulação precoce, elas frequentam serviços de reabilitação física, intelectual, auditiva, visual, entre outros.
Segundo o boletim do ministério, o Brasil teve 542 casos confirmados de crianças com microcefalia associadas ao zika em 2017. Desses:
- 14% receberam o cuidado completo;
- 18,5 % tiveram acesso à estimulação precoce;
- 33,9% tiveram acesso à atenção especializada;
- 37,6% receberam atendimento em puericultura;
- 45,6% receberam algum tipo de cuidado.
Em reportagem especial feita em setembro de 2017, mães de todo o Brasil contaram sobre as dificuldades de atendimento. Muitas têm dificuldade de locomoção, outras não encontram consulta.