Um alerta à gordofobia: Magreza não é sinal de saúde e excesso de peso não sinônimo de doença, afirma nutricionista

freepik-3

Culto à magreza é uma ideia construída socialmente e se refere a um padrão de beleza imposto, principalmente, às mulheres, explica a profissional.

A relação entre o excesso de peso e um organismo doente é algo construído socialmente e nem sempre condiz com a realidade, explica a nutricionista Juliana da Silveira Gonçalves: “Hoje a gente usa o termo ‘obeso metabolicamente saudável’ para designar pessoas que apresentam um excesso de peso através da avaliação corporal, mas olhando a alimentação e os exames, o paciente não tem nada alterado”.

Tudo depende dos processos metabólicos de cada pessoa, quem possui um corpo magro, mas passa o dia comendo fasts foods ou ultraprocessados, provavelmente apresentará problemas de saúde, enquanto uma pessoa com maior gordura corporal, com uma alimentação balanceada e a prática de exercícios, pode ser ter um organismo saudável.

Juliana comenta que o culto ao corpo magro é, antes, um padrão de beleza social e imposto, principalmente às mulheres, do que propriamente algo relacionado à saúde. E que não desmistificar essas ideias é também colaborar para uma cultura da gordofobia, que em vez de ajudar as pessoas que buscam sair da obesidade, pode prejudicá-las impondo-lhes culpa.

“Se você está saudável, se sente bem, não tem nenhuma doença, mas o teu peso não é considerado o padrão de hoje, está tudo bem. É da pessoa se aceitar e as outras pessoas entenderem que a gente deve aceitar o próximo com ele é”, orienta a profissional. A nutricionista e docente da Estácio defende que o caminho para combater a obesidade é a conscientização sem a culpabilização do indivíduo, proporcionando acolhimento e informação para que ele não se sinta pressionado, mas sim motivado a buscar hábitos mais saudáveis.

Gordofobia – O termo “gordofobia” se refere ao preconceito contra pessoas gordas. É uma discriminação que vai muito além de comentários de mal gosto, afeta inclusive o direito ao acesso, pois muitos lugares não são acessíveis para pessoas acima do peso. Cadeiras pequenas, bancos de aviões e roletas de ônibus passam a ser um problema. Além disso, as lojas não possuem diversidade de tamanho e a mídia representa o corpo magro como o ideal. Não conseguir fazer as tarefas do cotidiano sem passar constrangimento aumenta os níveis de ansiedade e depressão em pessoas gordas, o que dificulta ainda mais o processo de emagrecimento ou a procura por tratamentos de saúde.

Informações: Assessoria Estácio

OUTRAS NOTÍCIAS