Se Governo Federal trabalhasse com governadores e prefeitos, isolamento já teria acabado, avalia ACM Neto

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O prefeito ACM Neto reconheceu que a falta de alinhamento do Governo Federal com estados e municípios dificultou o combate à Covid-19 no país.

Em entrevista ao GloboNews nesta quarta-feira (10), o líder nacional do DEM avaliou que caso houvesse uma união desde o início da pandemia, os dados relativos à doença seriam “muito melhores” e até as medidas de isolamento social já poderiam ter sido suspensas.

“É impossível deixar de reconhecer que, exatamente esta falta de articulação do Governo Federal com estados e municípios, desde o início da pandemia, nos fez ter resultados ruins no Brasil. Caso contrário, os números hoje seria muito melhores ou até inclusive já estaríamos discutindo a retomada das atividades com mairo consistência”, analisa.

Neto explica que posicionamentos distindos do presidente geram dúvida nas pessoas e, consquentemente, reduz a adesão ao distanciamento social. O prefeito novamente admitiu que sofre pressão de setores do comércio para liberar as atividades, mas que todas as decisões do município são tomadas com base em critérios técnicos.

“Aqui adotamos medidas que são duras, que claro, tem impacto econômico, ninguém desconsidera isso, ninguém é insensivel ao efeito econômico da pademia, a perda de empregos, perda de vida das pessoas, impacto social gravíssimo. Mas somos obrigados a adotar essas medidas e Salvador continua com grandes restrições. Aqui nao funciona shopping, bar e restaurante, comércio de bairro tem muitas restrições. É claro que sou pressionado, uma pressão legítima de comerciantes, líderes religiosos, mas aqui só tomo decisão técnica com base em critérios científicos””, argumenta.

OPERAÇÃO RAGNAROK

Elogiado pela atuação em conjunto com o governador Rui Costa (PT), seu advesário político, frente à crise da doença, Neto comentou a deflagração de operações da Polícia Federal contra governadores, relacionadas à compras de respiradores com suspeitas de irregularidades.

Na Bahia, a Operação Ragnarok investiga uma aquisição que foi capitaneada por Rui, presidente do Consórcio do Nordeste, que gerou um prejuízo de R$ 10 milhões aos cofres do estado ao pagar antecipadamente o valor à empresa fornecedora.

Neto diz ser a favor de qualquer investigação que tenha como objetivo dar “transparência” ao uso do dinheiro público, principalmente em tempos de pandemia. Para ele, nenhum “governante deveria evitar esse tipo de apuração”, que chegou não só na Bahia, mas Rio de Janeiro, Pará, São Paulo e outros estados do Brasil.

Em Salvador, segundo o prefeito, as precauções foram tomadas no momento de negociar a compra de respiradores. “Tive a preocupação de não pagar antecipadamente nem um centavo sem que os respiradores estivessem na cidade. Só quando recebemos, atestamos a qualidade do equipamento, é que o pagamento foi feito”, explicou.

O prefeito pondera ao dizer que as possíveis irregularidades podem ter sido cometidas não com o intuito de desviar recurso público, mas eventualmente pelo “desespero” em tentar comprar os equipamentos “de qualquer jeito”.

Por fim, assegurou que não crê em uso político da Polícia Federal, em uma perseguição do governo Bolsonaro a governadores e municípios, e que caso fosse verdade, seria algo “lamentável”.

“Eu prefiro crer que não, seria algo lamentável, que o Governo Federal colocasse a PF contra governadores. Se houver alguma evidência de envolvimetno da PF, tem q ser denunciada. Agora, não tem nenhum elemento para acusar o governo disso e prefiro ter cautela”, afirmou.

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