Saiba quem são o jornalista inglês e o indigenista desaparecidos

O desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips (foto em destaque) no Vale do Javari, no Amazonas, já ultrapassou 24 horas. Os dois fazem expedições juntos na região desde 2018.

Os dois se deslocaram com o objetivo de visitar a equipe de vigilância indígena que fica próxima ao Lago do Jaburu. O jornalista pretendia fazer algumas entrevistas com integrantes da comunidade que reside no local.

Eles viajavam com uma embarcação nova, de 40 cavalos, e 70 litros de gasolina, o suficiente para a viagem.

Bruno é considerado um dos indigenistas mais experientes da Fundação Nacional do Índio (Funai).

No órgão desde 2010, ele foi Coordenador Regional da Funai de Atalaia do Norte por cinco anos. Acabou demitido, em 2019, após combater mineração ilegal em Terras Indígenas.

A exoneração de servidor ocorreu no momento em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou um projeto para liberar garimpos nas reservas.

O indigenista está licenciado da Funai e atualmente faz parte do Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente (Opi).

Bruno era alvo constante de ameaças pelo trabalho contra invasores que vinha fazendo juntos aos indígenas.

Jornalista prepara livro

Dom Phillips é um jornalista colaborador do veículo britânico The Gardian. Ele se mudou para o Brasil em 2007 e mora em Salvador.

Phillips está trabalhando em um livro sobre meio ambiente com apoio da Fundação Alicia Patterson.

Além do Guardian, Phillips já publicou trabalhos no Financial Times, New York Times, Washington Post e em agências internacionais de notícias.

Entenda o caso

O indigenista e o jornalista inglês estão desaparecidos no Vale do Javari, no Amazonas. A informação foi confirmada pela União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) na manhã desta segunda-feira (6/6).

“Os dois se deslocaram com o objetivo de visitar a equipe de vigilância indígena que se encontra próxima a localidade chamada Lago do Jaburu, para que o jornalista visitasse o local e fizesse algumas entrevistas com os indígenas”, informa, em nota.

Segundo informações iniciais, eles desapareceram quando faziam o trajeto entre a comunidade Ribeirinha São Rafael até a cidade de Atalaia do Norte.

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