Rui Costa diz ver ‘pano de fundo de disputa política’ em apuração sobre fraude na compra de respiradores

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O governador da Bahia, Rui Costa (PT), disse no início da tarde desta quarta-feira (10), ao comentar apurações sobre fraude na compra de respiradores no estado, ver um clima de disputa política e de criminalização de ações de governadores e prefeitos no país.

“Há, na minha opinião, um pano de fundo muito de disputa política no país. De criminalizar ações de governadores e prefeitos, mesmo quando esses denunciam que foram vítimas de golpe e de tentativa de golpe contra prefeituras ou contra o estado”, afirmou o governador durante entrevista à TV Bahia.

Rui comentou também a saída de Bruno Dauster da chefia da Casa Civil do Governo do Estado. O ex-secretário da pasta pediu exoneração do cargo após ser citado pela dona da empresa Hempcar, alvo de operação da Polícia Civil do Estado da Bahia sob suspeita por não ter entregue 300 respiradores adquiridos pelo consórcio de governadores do Nordeste.

“Ele pediu [exoneração do cargo] porque percebeu que estavam iniciando uma politização do processo de investigação, pra facilitar que a investigação seja técnica, não seja politizada. Mas, infelizmente nem a saída dele garantiu essa imparcialidade do processo, e hoje nós estamos sem nenhuma apuração em andamento. Eu espero que a segunda instância do Tribunal de Justiça imediatamente determine o reinício das apurações. Hoje nós estamos fazendo essa formalização, dizendo que o que nós queremos é apurar o mais rápido possível”, afirmou o governador.

Segundo Rui, o assunto será tratado pelo procurador-geral do estado. “Eu não vou sair do meu foco. Eu pedi à PGE que cuide desse assunto. Ele (o procurador-geral) vai tocar toda essa parte jurídica pra que a gente tenha o mais rápido possível essa ação em andamento. Eu não posso paralisar o estado, paralisar a ação do governador, em função dessa disputa política, simbólica”, finalizou.

Entenda o caso

No últido dia 1º de junho, a Polícia Civil da Bahia deflagrou a Operação Ragnarock, que cumpriu 15 mandados de busca e apreensão e três de prisão contra a empresa HempCare, que não forneceu 300 respiradores comprados pelo consórcio de governadores do Nordeste para o enfrentamento à pandemia do novo coronavírus.

A aquisição fora feita no mês de abril, com vinculação a uma empresa fornecedora dos produtos. O Consórcio do Nordeste pagou aproximadamente R$ 49 milhões, e o dinheiro não foi devolvido. O grupo foi descoberto graças a denúncia do consórcio.

De acordo com as investigações, a empresa, que se apresentava como revendedora dos respiradores, tentou negociar de forma fraudulenta com vários setores no país, entre eles os hospitais de campanha e de base do Exército, ambos em Brasília. Mais de 150 contas bancárias vinculadas ao grupo foram bloqueadas pela Justiça.

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