Reunião debate segurança pública e destaca a importância da contribuição da sociedade

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Foi realizada na tarde desta segunda-feira (13) no auditório da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), em Feira de Santana, uma reunião entre o Comando de Policiamento da Região Leste, o Ministério Público da Bahia e a Polícia Civil. No encontro foram discutidas questões relacionadas à segurança pública no município.

Para o Coronel Luziel Andrade, comandante do Policiamento Regional Leste (CPRL), existe a necessidade de ressaltar o papel da família e de reunir forças para falar sobre a importância da família na vida e na educação das crianças e jovens.

“Fizemos essa convocação de líderes religiosos justamente com esse objetivo no combate da violência. A polícia vem fazendo seu papel de forma intensa com operações, com o Proerd, a Ronda Escolar. Mas é preciso que as pessoas digam onde podemos melhorar e também precisamos discutir o que as pessoas estão deixando de fazer. O problema é dos pais, é do professor, pra depois chegar na polícia. Não é simplesmente achar que a polícia é a solução de tudo. Uma semente foi plantada hoje e pela participação das pessoas pode se fortalecer. O envolvimento da comunidade só tem a nos ajudar”, destacou.

O coordenador regional da Polícia Civil (1ª Coorpin), Roberto Leal, afirmou que por quase unanimidade os problemas familiares levam os jovens a criminalidade. Segundo ele, essa questão foi discutida durante a reunião e a partir destas discussões novas estratégias serão adotadas.

“Queremos trazer a sociedade de Feira de Santana para participar da questão da segurança pública. Precisamos de todos para atingir nosso objetivo que é a paz e a segurança. Desde pequena a criança é educada pelos pais e infelizmente quando há a degradação da família, essa criança acaba não recebendo essa educação, esse exemplo de vida para que seja um adulto responsável. Isso foi discutido aqui e também o papel das religiões. Através das atividades religiosas é possível suprir essa necessidade. Mas não é apenas a religião, tem que ter o envolvimento da escola, do estado, da sociedade. Todos têm suas obrigações”, disse.

O pastor Marcos Sampaio, presidente da Ordem de Igrejas Evangélicas e Ministros do Brasil, saiu esperançoso da reunião. Ele afirmou que acredita na mudança e na redução da violência em Feira de Santana e elogiou a iniciativa dos órgãos de segurança.

“A iniciativa da Polícia Militar é inteligente e gera em todos nós uma esperança. Saio dessa reunião acreditando que esses números tendem a cair. Infelizmente o problema dos jovens nas drogas envolve a família, a ausência da presença do pai. O pai de hoje é um ser ausente, que gasta mais tempo com outras atividades do que com os filhos. A gente percebe também que o celular tem afastado as famílias. A falta de unidade familiar tem deixado os adolescentes vulneráveis”, avaliou.

“Polícia prende e a justiça solta’; promotor discorda

O promotor Audo Rodrigues também participou da reunião. Ele comentou as críticas que afirmam que ‘a polícia prende e a justiça solta’. Segundo ele, isso trata-se de um discurso reproduzido em vários pontos da sociedade e frisou que as pessoas precisam ter em mente que o poder judiciário apenas é um comandado do responsável pela elaboração das leis.

“As pessoas falam que o judiciário solta e que a polícia prende, mas as leis no decorrer do tempo estão sendo elaboradas no intuito de despenalizar e abrandar muitas situações que precisavam de um comando mais rígido. A culpa é de quem faz as leis, que beneficia toda essa cultura da criminalidade. Hoje o crime com pena menor que quatro anos não se pode prender preventivamente. Quem pratica o furto, o roubo sem arma, não está ficando preso. Foi falado aqui da questão dos usuários de drogas. De fato, antigamente o usuário que tinha em poder drogas para consumo pessoal tinha uma pena criminal de detenção, mesmo que pequena. Hoje após uma alteração da norma legal, o porte para o consumo próprio prevê uma pena de advertência”, exemplificou.

O promotor Audo Rodrigues destacou ainda a importância da sociedade sobre as discussões relacionadas a violência para buscar a mudança no panorama de violência que vivemos atualmente.

“A própria sociedade pode ajudar na busca da mudança. É inconcebível que a gente transfira apenas para a polícia, o Ministério Público e o judiciário a responsabilidade por acabar com essa onda de violência, quando a própria sociedade tem sua parcela de contribuição na solução. Não existe sociedade sem crime, mas a gente precisa ter uma exemplar punição aos crimes elucidados”, disse.

Também participaram da reunião os comandantes de Companhias Independentes da Polícia Militar major Cláudio Garcia (64ªCIPM), major Hamilton Ferreira (65ª CIPM), major Paulo José (66ª CIPM) e major André Cavalcanti (67ª CIPM), além de representantes do Conselho Regional Espirita e da Umbanda.

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