Requião sobre governo Bolsonaro: ‘A crise vai derrubar esse regime maluco’

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Ex-senador e ex-governador do Paraná, Roberto Requião (MDB) comentou a crise provocada pelo novo coronavírus. De acordo com o político, o Brasil vai atravessar uma grave fase da economia, agravada pela doença, mas, segundo ele, também provocada pelo modelo econômico neoliberal do governo.

“Quem manda hoje é o Guedes [Paulo, ministro da Economia], Bolsonaro faz uma besteira de manhã, de tarde e de noite. O pessoal incorporou uma frente ampla, que é tão ampla que coloca o Maia, do DEM. Enquanto vocês louvam o Maia, ele coloca a MP Verde e Amarela para votar, precisamos de uma aliança popular com brasileiros de verdade e que não se perca na ideologia da economia, que dê oportunidade de grande discussão da nossa gente, inspirada no que aconteceu no mundo, no new deal. Então consolidaríamos uma posição, o pessoal fica falando mal do Bolsonaro, como se fosse necessário. Mais ridículo do que ele é, impossível. Ele é absolutamente ridículo. Estamos vendo a esquerda perdida em aventuras pessoais, guardada na espera da queda do Bolsonaro. A crise vai derrubar esse regime maluco e o regime liberal de Guedes”, afirmou, em entrevista a Mário Kertész, na Rádio Metrópole.

O emedebista disse acreditar ainda que o povo brasileiro não vai se conformar “com o que está vindo por aí”. “Acho que vamos entrar numa crise que vai ser magnificada pela Covid-19, mas que já caminhava com essas medidas do Guedes. Ela vai abrir o caminho para uma mudança, o povo não vai se conformar com o que está vindo pela frente depois de ter conhecido as leis trabalhistas, o consumo do governo Lula, o importante era que os patriotas tivessem um projeto de economia”.

O político acredita ainda que a gestão Bolsonaro tem visto o número de mortos em decorrência da Covid-19 como um “efeito colateral” para a manutenção das medidas de estado mínimo. “O Brasil não faz testes e pensam em acabar com o isolamento para salvar a economia. Muito ruim isso. Eles estão numa guerra contra o coronavírus para fazer sobreviver o regime neoliberal, concentração de renda, lucro dos bancos, e não se preocupam com a morte da população, é como se fosse o efeito secundário, o efeito colateral da guerra que os militares aposentados e o presidente da República fazem para salvar o modelo econômico neoliberal. Estamos numa situação muito complicada”, constatou.

Requião comentou ainda a saída do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro. Para ele, Moro encarna a Viúva Porcina, da novela Roque Santeiro: “Ele é herói como foi a Viúva Porcina, herói sem nunca ser”. “Ele [Moro] mostrou uma visão carreirista, que ele imaginava ou ser ministro do STF ou presidente da República na sucessão do Bolsonaro. Mas a coisa acabou, como sabemos hoje, com o Bolsonaro defenestrando o Moro. Ele foi colocado para fora sem muita consideração e agora tá aí dizendo que vai contar o que sabe. Ee ele sabia, e tenho certeza que sabia, ele era cúmplice disso tudo. Estava silencioso, operando sua posição no Ministério da Justiça, como fez anteriormente, ele controlava a Polícia Federal, o Ministério Pública com um objetivo: apartar o Lula da possibilidade da eleição presidencial”, concluiu.

O papel de Regina Duarte, atriz e Secretária Especial da Cultura, também foi alvo de comentário de Requião. Ele enxergou simplicidade e bobagem na atuação da ex-global na gestão federal. “A Regina Duarte tá fazendo um papel triste. Eu conheço ela desde menina. […] ela era uma menina interessante. Continua simples e boba, o que tem dito de bobagem é um monumento”.

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