Uma professora da Universidade Federal do Amapá (Unifap) desistiu de orientar alunos “esquerdistas” após descobrir o posicionamento político deles.
No print da conversa, publicado pela União Nacional dos Estudantes (UNE), a docente Sheylla Susan Moreira da Silva de Almeida diz que “não quer esquerdistas” em seu laboratório.
“Bom dia! Procurem outro professor para orientar vocês. Amanhã estarei entregando a carta de desistência da orientação de vocês. Não quero esquerdistas no laboratório. Portanto, sigam a vida de vocês, e que Deus os abençoe”, escreveu.
“Se tiver mais algum esquerdista, que façam o favor de pedir desligamento. Ou estão comigo, ou contra mim.”
Após a repercussão negativa do caso, a reitoria da universidade divulgou nota reprovando a conduta da professora. No texto, a Unifap disse que trata-se de assédio” e que tomará providências sobre o caso. Veja a nota na íntegra:
“A Universidade Federal do Amapá tomou conhecimento por meio das redes sociais de um fato caracterizado como assédio, desta forma, vem à público mostrar sua indignação e contrapor toda e qualquer forma que reprima o pensamento ou liberdade de nossos acadêmicos e servidores. Registra-se que a UNIFAP não concorda com tal conduta e os fatos estão sendo apurados, bem como serão adotadas as providências necessárias após as devidas apurações.”
A professora publicou, na quinta-feira (4/11), uma nota pedindo desculpas pela situação e afirmou que agiu “no calor das eleições”. Confira o texto na íntegra:
“Eu, Sheylla Susan, professora efetiva do Curso de Farmácia da Unifap, venho manifestar acerca dos fatos ocorridos em um grupo de WhatsApp que envolve dois alunos, meus orientados.
De início, cabe esclarecer que sou ser humano como qualquer outra pessoa capaz reproduzir sentimentos instantâneos.
Dessa forma, no calor das eleições, acabei me excedendo nas palavras onde disse para dois alunos que procurassem outro Orientador.
No entanto, minha missão como professora não acolhe esse tipo de conduta, posto que dediquei a minha vida pela educação. Não serve preferência política, por razões pessoais, para segregar alunos e deixá-los a própria sorte.
Meus alunos são as peças mais importantes do binômio Aluno/Professor. Assim, assumo que me excedi nas palavras e peço desculpas pelo ocorrido, as eleições passam e a educação fica! Peço desculpas aos meus Alunos Líbio e Débora, à sociedade, bem como à Unifap.”
Fonte: metropoles.com