Procurador que chamou Bolsonaro de “canalha” é punido pelo CNMP

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O procurador da República Wilson Rocha, do MPF em Goiás, foi punido pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) por causa de postagens contra Jair Bolsonaro no Twitter. Ele recebeu pena de advertência, uma punição branda, por ser a primeira vez que responde a um processo administrativo.

Relator do caso, o conselheiro Luiz Fernando Bandeira de Mello Filho disse que, embora os membros do MP “gozem de plena liberdade de expressão”, têm mais responsabilidades do que os demais usuários de redes sociais.

Foram dois tuítes. No primeiro, o procurador escreveu: “Bolsonaro é o canalha de quem os canalhas gostam. Como já não há mistério sobre esse politico, seus admiradores são seu espelho e sua força social. Ou seja, são uma geração, independente da idade, de péssimos brasileiros que arruinaram seu próprio país”.

Dois dias depois, postou: “A indignidade do presidente já é de conhecimento publico. Resta-nos lembrar a indignidade dos que o apoiam, especialmente o alto oficialato das Forças Armadas que compõe esse governo e o séquito Sergio Moro na Lava Jato”.

Em sua defesa, o procurador havia dito que a palavra “canalha” teve “efeito estilístico e retórico”, mas que seu objetivo era passar uma mensagem. Sobre a “indignidade” das Forças Armadas, Rocha disse que comentava declaração de Bolsonaro sobre a morte do pai do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz. Fernando Santa Cruz foi morto pela ditadura, quando Felipe tinha três anos.

O conselho levou em consideração os argumentos e reduziu a punição aplicada ao procurador. A área técnica do CNMP recomendava que ele fosse punido com censura (ficar um ano sem ser promovido). Mas o relator considerou que as postagens não foram tão graves, e votou pela aplicação de advertência, uma anotação na ficha funcional de Wilson Rocha, e foi acompanhado pela maioria.

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