O Conectado News entrevistou nesta quinta feira,9 Reivon Pimentel,Presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado da Bahia-(SINSPEB),sobre as condições do Presídio Regional de Feira de Santana.
Ao CN, o sindicalista afirmou, desde 2012, o Sindicato vem denunciando a insegurança no conjunto Penal de Feira por conta da falta de Policiais Penais, o Presídio é a maior unidade prisional da Bahia, temos cerca de 1.800 presos na unidade com 11 pavilhões masculino, 1 feminino e 1 mine presídio”, relata
“Para fazer a segurança e prestar atendimento as pessoas presas nas assistências previstas na Lei de Execuções Penais só temos 15 policiais, quando deveriámos ter cerca de 300 por plantão, para obedecer a recomendação do Conselho Nacional de Política Penitenciária(CNPP).”, conta.
“Estamos operando com menos de 5% do que seria necessário para fazer a segurança no local”,diz.
“O Presídio de Feira é uma bomba relógio preste a estourar, e quando isso acontecer quem vai sofrer é a sociedade feirense, será uma tragédia anunciada, não é por falta de denúncia”, disse. Pimentel.
Questionado sobre as providências que serão adotadas pela categoria para reverter o cenário, o presidente do Sindicato afirmou, “comunicamos ao Ministério Público da Bahia (MP-BA), a Vara de Execução Penal, denunciamos a situação para todos os órgãos fiscalizadores, a Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública da Assembleia Legislativa da Bahia(ALBA) e a Defensoria Pública da Bahia, estamos aguardando as providências no sentido de interditar o presídio de Feira ou obrigar o estado fazer a recomposição do efetivo”, diz.
Concursados
“Temos cerca de 1.100 candidatos aprovados no concurso em 2014 aguardando convocação, mas o governo não convoca, esperamos que após a ação civil pública ingressada pelo MP, a justiça atenda os reclames da categoria e determine que o Estado abra concurso público, convoque os aprovados de 2014 e se caso não recompor o efetivo, o Presídio de Feira deve ser interditado para evitar uma tragédia”, diz.
“Em 2015 tivemos uma rebelião e houveram 9 mortes, tenho certeza que o rumo que as coisas estão tomando quando houver uma rebelião o número de mortos será maior”, disse.
“Não temos profissionais suficientes, durante o período noturno um único policial penal é responsável por 5 pavilhões , outro por 6 , cada policial é responsável por 900 presos é impossível fazer segurança com esse número “diz.
De acordo com o presidente do Sindicato, tem uma série de agravantes , a Polícia Militar alega falta de efetivo, abandonou quase a totalidade das guaritas, temos 17 guaritas duas é gerida pela PM.
Para o presidente do Sindicato para minimizar a insegurança seria o bom um investimento em câmeras de monitoramento, pois o Conjunto Penal não dispõe desta tecnologia importante”. explica.
A PM implantou algumas câmeras , sendo que as mesmas são para fiscalizar a área interna , ou seja fiscaliza os policias penais pois as câmeras ficam abaixo do nível das guaritas”, relata.
“Hoje não temos como fazer revista policial, a portaria está entregue à uma empresa de segurança patrimonial que faz a triagem de pessoas e veículos, isso é usurpação de função pública,”pontua.
“O Policial Penal não tem controle da portaria entra e sai quem os vigilantes querem, nada contra os profissionais, mas essa é uma função do Policial Penal”. diz.
“Quem está fazendo revista pessoal e de pertences nos dias de visita são os motoristas de empresas terceirizadas”, conta.
Preso de confiança do diretor
“Chega ser um absurdo um preso da confiança do diretor da unidade está conduzindo pertences de visitantes, fazendo triagem,, esse preso é de alta periculosidade, mas tem a confiança do diretor. As selas dormem abertas, o detento fica o dia todo solto perambulando ,passando pela área de serviço das policiais penais femininas”.
Outro problema grave, temos duas policiais por plantão para cerca de 100 internas, no caso das policiais a situação é pior porque o contato é no corpo a corpo. Tem dezenas presos que circulam sozinho pelo pavilhão feminino”, afirma.
Reivon finalizou afirmando que o interno de confiança do diretor do Conjunto Peenal tem um encontro íntimo com uma presa que é conduzida pelas policias penais, o presídio é uma casa sem comando, o Estado não tem controle sobre o Complexo Penal da cidade “,. concluiu
Informações: Conectado News