De acordo com Dinho do Alternativo, a competitividade com carros por aplicativo e clandestinos está maior.
Com a chegada dos veículos por aplicativo, o transporte alternativo de Feira de Santana está perdendo espaço cada vez mais no município. Com uma frota inicial de 107 carros, atualmente apenas 82 seguem operando.
Em entrevista ao portal Acorda Cidade, o presidente da Associação dos Condutores Autônomos do Transporte Alternativo de Feira de Santana (Ascotrafs Feira), Raimundo Souza, conhecido com ‘Dinho do Alternativo’, informou que o custo para manutenção de um veículo não está sendo compatível com a renda obtida de passageiros.
“A gente começou com 107 carros e hoje a gente só tem 82 operando. O pessoal está desistindo porque é melhor fazer aplicativo com o carro pequeno, do que ter uma Van. Veja o custo de uma Van e o custo de um carro pequeno, então não vale a pena mais você operar com a Van. Ou o poder público vem com a bilhetagem eletrônica para sermos subsidiados e termos uma rentabilidade para fechar a nossa folha ou infelizmente será extinto”, comentou.
De acordo com Dinho, esta é uma reivindicação que a categoria faz há anos, mas nunca foi atendida.
“Eu bato nessa tecla há bastante tempo, porque as pessoas dependem de um cartão, às vezes perde o ônibus e tem que pagar em espécie nas nossas Vans, então se tivesse, seria opcional para todos os usuários de Feira de Santana”, disse.
Ainda segundo o presidente da associação, o distrito de Humildes é o local com maior presença de veículos por aplicativo e clandestinos, competindo com o transporte alternativo.
“O distrito de Humildes por exemplo, lá já está em estado de calamidade. O pessoal comenta comigo que tem umas Spin, 20 Doblôs operando na região de lá subindo e descendo, e o faturamento de Humildes, cada dia que passa, vai caindo. O pessoal está desesperado, então por isso que eu digo que o sistema pode ser extinto se não tiver uma atitude enérgica do poder público com a instalação da bilhetagem eletrônica, para dessa forma, beneficiar não somente o sistema, mas toda a comunidade”, pontuou.
Ao Acorda Cidade, Dinho do Alternativo informou que os veículos operam em todos os distritos. Ainda segundo ele, a utilização do serviço caiu pela metade.
“Hoje nós atuamos nos distritos, então é Tiquaruçu, Bonfim de Feira, Ipuaçu, Humildes, somente a zona rural. Antes nós chegávamos a fazer 300 passagens por dia, mas hoje só atinge 120, 130, e a conta não bate, dessa forma não tem como pagar o Diesel. Sobra o quê para o motorista? R$ 100? Ainda tem o cobrador, é tanto que tem dono de van, rodando porque não tem como pagar o motorista. Antes tinha um motorista e um cobrador pela manhã e outra dupla no período da tarde, tem gente aí que está passando o dia inteiro”, concluiu.
Acorda Cidade/ Foto: Paulo José/Acorda Cidade