Passado, presente e Furdunço: De Armandinho a BaianaSystem, multidão curte o segundo dia de pré carnaval na orla de Salvador

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Uma multidão participou do tradicional Furdunço, neste domingo (16), no Circuito Orlando Tapajós (Ondina/Barra), em Salvador. Conforme a Empresa Salvador Turismo (Saltur), a estimativa é que mais de 1,5 milhão de pessoas curtiram o festejo nas ruas da orla neste segundo dia de pré-carnaval.

Mesmo com o forte sol, por volta das 15h, a multidão já tomava conta da Avenida Oceânica, na altura do Morro do Gato, de onde as atrações partiram com destino ao Farol da Barra — o trajeto, o mesmo feito pelas atrações do Fuzue, que animou o público do sábado, e inverso ao realizado pelos trios que se apresentam no carnaval, que saem da Barra em direção à Ondina.

As primeiras atrações em minitrios começaram a ganhar o circuito por volta de 15h30. Sylvia Patricia & Tuktuk Sonoro, Biciletrio Toca Raul – com Marcos Clement & Banda Arapuka, Rixô Elétrico, Rural Eletrica e Quabales foram os primeiros a começar a arrastar a multidão em direção à Barra.

Pouco depois das 16h, os bloquinhos extra oficiais já ditavam ritmo adentrando nos intervalos entre um trio e outro. Bloco dos homens de toalha vermelha, bloco das dançarinas do Tchan, das paquitas. A criatividade era por conta do freguês folião.

Magary Lord cantou seu “estilo Michael Jackson” para colocar o circuito Tapajós em ritmo de semba. O Arrastão de Dança de Antônio Cozido, um dos maiores coreógrafos baianos, fez todo mundo dançar junto.

Relembrando antigos sucessos do pagode baiano, a Guig Ghetto fez todo mundo dançar em ritmo de quebradeira e amarrar o tchan. As coreografias que fizeram sucesso nos 90 voltaram com tudo na passagem da Guig comandada por Falcão.

O trio elétrico de Armandinho e os irmãos Macedo, trazendo a histórica fubica – primeiro trio elétrico – apontou no começo do circuito Orlando Tapajós pouco antes das 17h30. Com sucessos do passado como Chame Gente, Baianidade Nagô, Pombo Correio e outros, Armandinho reuniu um público de diversas idades e fez todo mundo balançar.

Já passava das 18h30, quando o Afrodisíaco chegou com clássicos do Samba reggae e fez todo mundo o clássico Protesto Olodum e a consagrada Vixe Mainha. O trio da banda de Pierre Onassis foi seguido por muita gente em direção à Barra.

“O Afrodisíaco está de volta e é tão bom estar aqui com todos vocês”, disse o cantor, autor de grandes sucessos do axé music.

Em seguida foi a vez dos dinossauros do axé music, a Mudei de Nome, com Ricardo Chaves, Jonga Cunha, cantando sucessos do passado. O circuito cantou junto Faraó e outros clássicos.Estreante em trio elétrico, o baiano Diego Morais fez o circuito arrochar com o seu Cabaré Elétrico. O povo mostrou conhecimento do repertório e cantou arrochando.

Mas a festa ainda estava longe de acabar. Lincoln e Duas Medidas devolveram a quebradeira às ruas e desceu em direção à Barra com muita gente na cola. Logo atrás veio o trio do Fit Dance fazendo o povo dançar, mas também cantar. Candidatissimas a música do Carnaval, Contatinho de Léo Santana e Anitta, Brota no Bailão, de Thiaguinho MT, e Parabéns, de Psirico e Pablo Vittar foram hits acompanhados pelos foliões na passagem do trio do grupo. Gerônimo, Vivianne Trípode e Tais Nader também passaram pelo circuito.

BaianaSystem arrasta mar de gente

Enquanto uma multidão seguia em direção à Barra, uma outra multidão fazia o caminho contrário e o motivo não era ir embora, e sim a saída da BaianaSystem. Centenas de foliões aguardavam sentados no gramado de Ondina a saída do trio da banda, que antes mesmo de ser ligado já tinha uma multidão em volta.

O trio seguiu com som desligado por mais de 400 metros sendo acompanhado de perto pelos foliões que o cercavam. A cada apito sonoro semelhante a de um navio ancorado, o público vibrava no aguardo do começo da apresentação. Após o terceiro apito, o Navio Pirata iniciou sua viagem. Passava das 21h30. A multidão surpreendeu até a Polícia Militar. O G1 presenciou conversas entre policias que se mostravam surpresos com a quantidade de pessoas presentes.

Com o trio ligado, o público ficou em êxtase. A primeira música foi tocada de forma eletrônica, “Deixa a gira girar”, uma homenagem aos Tincoãs, banda baiana dos anos 60. Em seguida, Russo Passapusso iniciou a apresentação da BaianaSystem com a música Sulamericano, cantando “nas veias abertas da América Latina” e a assim, a Baiana começou a mostrar sua potência musical para ganhar o circuito com letras com críticas sociais, mas também falando de amor.

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