Para manter axé em destaque, Camarote do Nana valoriza atrações locais

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O Camarote do Nana é um dos espaços mais tradicionais do Carnaval baiano. Fundado em 2002 pelos sócios Sandro Ferreira, Fred Boat e Hugo Ramos, a estrutura instalada há 16 anos no demolido Salvador Praia Hotel é um dos polos de preservação e manutenção da força do Axé Music. Para Sandro Ferreira, a valorização do segmento se dá, principalmente, pela preferência por atrações locais. 

“Quem vem para o Carnaval de Salvador, vem buscando o Carnaval de Salvador. Você tem outros lugares para ouvir música eletrônica, você tem outros lugares para ouvir música sertaneja. Nada contra nenhum desses ritmos. Mas acho que no Carnaval de Salvador a gente tem que valorizar o que é nosso, o que nos ajudou a construir o que é a nossa festa. O Camarote do Nana sempre teve essa vertente e é isso que o público do camarote gosta”, garante. 

Para este ano, o público folião do camarote vai curtir nos seis dias de festa shows de atrações como Léo Santana, Araketu, Harmonia do Samba, Denny Denan, Jau, Psirico, Adelmo Casé, Pierre Onassis, Magary Lord, Bell Marques, Lincoln, Parangolé, Rafa e Pipo e DH8. Os sócios, no entanto, apesar de seguirem a linha de valorização do ritmo tipicamente baiano, evitam ser radicais e também garantem na grade de 2020 artistas como Mano Walter, Rode Torres, Danniel Vieira e DJs.

Este ano, o Camarote terá como tema “O Reino do Axé” e os espaços contarão com decoração temática, além de personagens, entre eles o Imperador do Axé, a Rainha da Música e a Rainha da dança. 

Para planejar tudo isso, fora toda a parte estrutural e de serviços, Ferreira explica que os trabalhos se iniciam praticamente um ano antes: “O planejamento do Carnaval seguinte, geralmente a gente começa de 15 a 20 dias após o Carnaval que passou. Fazemos uma análise de tudo que aconteceu. O que foi que a gente acertou, o que foi que a gente errou. Fazemos pesquisa de opinião. Passamos um ano planejando, escolhendo estrutura, tema e cenografia”. 

Apesar de configurar com um espaço privado e alvo de críticas, os camarotes, segundo Sandro, surgem a partir de uma demanda do próprio público folião em uma modificação natural no formato da festa, considerada por ele como um “organismo vivo”.  

“O camarote hoje nada mais é do que o baile de clube que tinha antigamente. Por um tempo as pessoas saíam dos bailes e foram para as ruas e aí surgiram os grandes blocos e os bailes de clube acabaram. O público foi crescendo e pedindo mais conforto e surgiram os camarotes. Todo esse processo é dinâmico, pode ser que daqui há 20 anos não existam mais camarotes. Se existe camarote é porque existe demanda para eles”, acredita. 

Sandro Ferreira tem expectativa de que este ano o local proporcionará ao público um diferencial, até porque, será a primeira vez que o Camarote do Nana ocupará por inteiro o antigo terreno do Salvador Praia Hotel, que foi totalmente demolido: “Tinha o hotel, ele foi demolido, e aí construímos [o camarote] do zero.  Esse ano vamos fazer uma entrega melhor. Como construímos do zero, podemos fazer o layout da maneira como a gente queria, com espaços mais confortáveis e áreas de show melhores”.  

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