Pacientes reclamam de atendimento e médicos ao celular em policlínicas de Feira de Santana

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Pacientes que são atendidos nas policlínicas do bairro Rua Nova e Tomba em Feira de Santana, estão insatisfeitos com o atendimento prestado pelos funcionários do local. Por conta das reclamações, o Conselho Local de Saúde do bairro se reuniu com a Secretaria Municipal de Saúde para avaliar os problemas e propor soluções.

O coordenador do conselho, Edivaldo de Oliveira, relatou que está havendo casos de agressão a algumas pessoas, e situações em que a polícia foi chamada após pacientes reclamarem de alguns médicos que atrasavam o atendimento para ficar ao celular.

“Tem caso aqui de uma médica que fica no WhatsApp cerca de uma hora e a população na espera para ser atendida. E quando as pessoas reagem, como uma moça, que foi xingada e reagiu, aí chamam a polícia. A pessoa vai embora e não é atendido com receio de ser presa”, lamentou.

Ainda segundo Edivaldo, a população se queixa também de falta de cuidados, o que, segundo ele, provocou a morte de alguns pacientes, a exemplo de um rapaz que morreu após cair de uma maca na unidade. “Foi chamada a mãe do rapaz, que foi enviada para fazer a ficha, e quando voltou lá o rapaz já tinha caído da maca, o que provocou a morte dele”, disse.

Outro problema apontado é o atestado de comparecimento que as pessoas com chikungunya recebem, o qual não é bem aceito pelos empregadores desses pacientes. “Então é necessário que haja uma reavaliação, para que haja um atestado de acordo com a necessidade da pessoa”, afirmou o coordenador do conselho local.

A mãe do paciente que morreu após cair de uma maca na policlínica também participou da reunião. Ela contou como tudo aconteceu. “Meu filho deu entrada na policlínica no dia 19 de julho e veio a óbito devido a uma queda. A médica me mandou fazer a ficha e quando eu voltei ele já não estava mais no lugar com uma quantidade de gente em cima dele, que estavam presentes na hora, ficaram revoltadas e correram para dar socorro a ele, que já estava todo ensanguentado. Na hora que eu cheguei ele foi atendido, mas só que teve esse descaso.”

A socióloga Rita Mesquita falou que esses casos não estão restritos somente a policlínica da Rua Nova não, segundo ela no bairro tomba esses mesmo problemas estão acontecendo constantemente. “ Fui receitada na policlínica do Tomba e fiquei sentada esperando o médico acabar de conversar no celular, quando ele bem quis me perguntou o que eu estava sentindo e sem ao menos olhar para minha cara e passou os remédios que já ficam nas receitas prontas”, relatou.

Rita também afirmou que para os médicos qualquer febre e dor no corpo é dengue, chinkungunya ou zica, não examinam para saber o que o paciente tem. “O descaso com a saúde pública nessa cidade é vergonhoso e os grandões ainda querem tapar o sol com a peneira para esses casos absurdos. As pessoas estão morrendo sem condições de trabalhar e eles dão um atestado de comparecimento, ai a pessoa precisa ir todos os dias na policlínica para não perder os dias não trabalhados, eu mesmo fui lá quatro dias seguidos com os mesmos sintomas para pegar esses atestados de comparecimento, porque eles não me deram um atestado médico”, lamentou.

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