Operação Cinderela: Delegada diz que crianças “eram objetos de transação” para pedir esmolas nas ruas

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Quinze vítimas de exploração do trabalho infantojuvenil, com idades entre um e 14 anos, foram retiradas das ruas de Salvador durante a segunda fase da Operação Cinderela, deflagrada nesta terça-feira (21) pela Polícia Civil. De acordo com a delegada Simone Moutinho, titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra a Criança e o Adolescente (Dercca), há suspeitas de que em alguns casos, os menores atuavam como uma espécie de permuta.

“Crianças que estavam desacompanhadas dos seus representantes legais estavam sendo objetos de alguma transação. Havia ali qualquer tipo de troca, não posso afirmar que havia um contrato de aluguel, mas sim uma espécie de permuta pelo serviço prestado com a criança. Houve uma situação que isso ficou bem claro”, afirmou Moutinho durante coletiva de imprensa realizada nesta quarta (22).

As ações aconteceram na Pituba, Caminho das Árvores e nas Avenidas ACM e Barros Reis.

Delegada Simone Moutinho

Ainda de acordo com a delegada, após a divulgação dos resultados obtidos com a primeira fase da operação, deflagrada em setembro, diversas denúncias foram feitas pela população.

“Quando a gente deflagrou a primeira fase da operação, a gente solicitou a população que informasse à polícia, que comprasse a causa e eu fiquei muito feliz com o retorno. Efetivamente o povo ligou para a delegacia e para o 181 da Secretaria da Segurança Pública e com isso fizemos o nosso planejamento”, afirmou.

Todas as crianças e adolescentes acolhidas estavam expostas a exploração do trabalho infantojuvenil, tanto vendendo produtos nas ruas, quanto em situação de mendicância. “Foram encontradas crianças que estavam sozinhas, ou seja, que estavam trabalhando para sustentar a família. Muitas disseram que os pais estavam em casa e tinham determinado que eles fossem trabalhar para ganhar o dinheiro do pão”, explicou a delegada.

Conforme os levantamentos da Dercca, diversas pessoas envolvidas com estas práticas já foram cadastradas pelo Serviço de Abordagem Social, da Secretaria Municipal de Promoção Social (Seas/Sempre).

Os adultos conduzidos responderão inquérito policial por exploração do trabalho infantojuvenil. As famílias das crianças serão advertidas e, conforme a especificidade de cada caso, a vítima será encaminhada para um abrigo.

Informações: BNews

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