Mulheres com até 25 anos somam 30% das pacientes que colocam DIU pelo Caism

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Mulheres de até 25 anos e que não têm filhos representam 30% do total de pacientes do Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) que solicitam a implantação do Dispositivo Intrauterino (DIU) como método contraceptivo. A estimativa, fornecida por uma especialista do Centro, aponta uma mudança de comportamento de jovens que estão cada vez mais focadas em estabilidade financeira.

Ilza Maria Urbano Monteiro, coordenadora do serviço de reprodução humana do Caism, explica que este perfil dentro do público feminino é recente e reflete a recolocação do planejamento familiar para longo prazo. “Elas não querem ter filhos porque entendem que isso pode significar uma perda da capacidade produtiva e do poder de adquirir recurso financeiro”.

O Caism registra a colocação de 150 a 200 DIUs por mês, seja o de cobre ou o de progesterona, popularmente conhecido como Mirena. Destes, cerca de 60 são requisitados pela população até 25 anos. “Olhando para um panorama de 15 a 20 anos atrás, não existiam adolescentes que pudessem por o dispositivo”, explica Ilza. “Hoje a gente começa a ver uma mudança no comportamento sexual, com meninas que começam a ter relações cada vez mais cedo. A gravidez para elas, na maioria das vezes, não é planejada”.

Segundo ela, a tendência é esse número aumentar cada vez mais. “Neste índice, você incorpora aquela mulher que não tem estabilidade de relação afetiva, não é casada, ou não tem alguém já estável. Ela não planeja ter uma família, ou não tem condições no momento”.

A coordenadora conta que o Caism recebe muitas mulheres encaminhadas pela rede básica de saúde para a colocação do dispositivo. “Nós orientamos sobre todos os métodos disponíveis. Não é raro acontecer que, após a conversa, ela mude de ideia. O Caism também oferece pílulas, métodos de barreira, implantes, injetáveis e até a esterilização, quando é o caso”.

O DIU de cobre, que não usa implantação de hormônio, registra uma crescente procura no serviço da Unicamp. Ilza relata que ele teve uma fase nas décadas de 70 e 80 em que não era bem visto. “Nos anos 1980, em que os modelos começaram a ficar mais seguros, ele passou a mostrar o seu valor”.

O Caism oferece este tipo de serviço desde a referida época e incorporou o material feito de progesterona em 2005. “O cobre pode provocar aumento do sangramento menstrual em alguns casos. O dispositivo hormonal tenta diminuir este fluxo”.

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