Mulher quase fica cega por mau uso de lente de contato; entenda problema

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Recentemente, na Inglaterra, uma mulher quase perdeu a visão do olho esquerdo após contrair uma infecção por Acanthamoeba polyphaga, um protozoário presente no solo, na água doce, no mar, em piscinas, banheiras de hidromassagem e jacuzzis. De acordo com os médicos, que publicaram o caso no New England Journal of Medicine, a paciente começou a se queixar de dor e visão embaçada após nadar na piscina e tomar banho usando lentes de contato, prática que os médicos não recomendam justamente por aumentar o risco de infecções.

Embora rara, a contaminação por Acanthamoeba é responsável por cerca de 6% das ceratites –como são chamadas as inflamações da córnea  tratadas em hospitais universitários no Brasil, de acordo com um artigo publicado em 2013 no periódico Arquivos Brasileiros de Oftalmologia.

Considerada grave, o problema pode causar desde inflamação até a perda da visão. “O tratamento é feito com antibióticos, leva meses e pode reincidir”, afirma Keila Monteiro de Carvalho, médica oftalmologista e professora titular de oftalmologia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

“Infelizmente, o transplante de córnea é a última opção em casos mais agressivos”, diz.

Uso de lentes agrava o problema A contaminação por Acanthamoeba acontece principalmente pelo mau uso das lentes de contato, como foi o caso da paciente inglesa. Com o aumento no uso do produto, essas infecções estão se tornado um pouco mais frequentes. Por isso, é recomendável que os usuários lavem as lentes com solução salina própria para a tarefa e ainda deixem as lentes imersas no líquido por pelo menos cinco horas todos os dias.

Carvalho recomenda ainda manter a “água comum” longe das lentes de contato, descartar a solução salina após a limpeza (nunca reaproveitar para limpar outra lente) e trocar o estojo de armazenamento a cada três meses.

Também é importante não ficar com com as lente por um período maior que 12 horas, além de nunca dormir com elas. Visitar o oftalmologista com frequência e procurar ajuda ao primeiro sinal de problema também são medidas que ajudam a conter a doença, já que, quanto antes diagnosticada, maiores as chances de impedir sua evolução.

Fonte: Uol

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