MP investiga nomeação de atirador esportivo para direção do Arquivo Nacional

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O Ministério Público Federal (MPF-RJ) vai investigar a nomeação de um atirador esportivo para o cargo de diretor do Arquivo Nacional, órgão federal subordinado ao Ministério da Justiça, criado para armazenar registros da administração pública.

 Ricardo Borda D’Água de Almeida Braga é diretor funcionário aposentado do Banco do Brasil e já foi subsecretário de Segurança Pública do Distrito Federal. Nenhum dos cargos possui qualquer semelhança com o qual foi nomeado e ele é visto como um estranho por pessoas ligadas à pasta.

A sua nomeação só fortalece a desconfiança sobre o destino de milhares de arquivos públicos, principalmente so referentes ao período da Ditadura Militar. O fato se soma à paralisação do projeto Memórias Reveladas e um decreto que altera o sistema de gestão de arquivos e documentos.

A portaria desobriga repartições federais a pedir autorização do Arquivo Federal antes de eliminar qualquer documento.

Para tentar frear o movimento de apagamento histórico, arquivistas, historiadores e pesquisadores se mobilizaram em um abaixo-assinado com o mote “Queima de arquivo, não”.

O grupo pede que Borda D’Água seja destituído da direção do órgão e que seja substituído por alguém com qualificação técnica para cuidar do enorme acervo.

““Não é razoável que o Arquivo Nacional seja dirigido por um indivíduo em cujo currículo não há qualquer menção de atuação com gestão de documentos”, diz o texto.

QUEM É

Funcionário do Banco do Brasil entre 1981 e 2013, ele foi subsecretário de Prevenção à Criminalidade. De julho de 2019 a fevereiro de 2020, e dono da RB Consultoria e Treinamento em Segurança.

O novo diretor do Arquivo Nacional é ranqueado na Confederação Brasileira de Tiro Prático e membro do Clube de Tiro Colt 45 e tem ainda diploma de colaborador emérito do Exército, de 2007.

Informações; CB

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