Médicos afirmam: uso de fones de ouvido por crianças pode causar danos à audição

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É cada vez mais comum ver crianças trocarem a televisão por telas menores, como tablets ou celulares, para assistir a vídeos ou ouvir músicas. Essa mudança resultou em um uso mais frequente de fones de ouvido, hábito que pode ser prejudicial à saúde auditiva infantil.

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o uso excessivo do acessório pode fazer com que uma em cada quatro pessoas tenha algum problema auditivo até 2050.

O pediatra Nelson Douglas Ejzenbaum, membro da Academia Americana de Pediatria, explica que existem formas seguras de utilizar o fone de ouvido. “O risco é de diminuir a audição, então é importante evitar o uso frequente ou utilizar sempre por um curto período de tempo.”

A fim de evitar problemas auditivos em crianças, Ejzenbaum explica que quanto maior o volume utilizado, menor deve ser o tempo de uso dos fones, sendo necessário controle dos pais nesse processo.

“Qualquer fone causa danos se usado por muito tempo, por conta de ser um volume concentrado dentro do ouvido e que pelas das vibrações excessivas causadas pelo assessório pode danificar os ossos da região”, pontua.

Papel da audição no desenvolvimento infantil

A otorrinolaringologista, Melissa Avelino, chefe do departamento de cirurgia da UFG (Universidade Federal de Goiás), explica a importância da audição no desenvolvimento da criança.

“Durante o desenvolvimento infantil, toda criança está em fase de aprendizado, então ela necessita muito da audição para entender o mundo ao seu redor, e nesse processo uma alteração auditiva pode prejudicar esse momento”, explica.

A especialista ressalta que qualquer dispositivo com alto volume, desde fone a outros tipos de equipamentos de som, podem danificar a parte interna da orelha, causando danos irreversíveis à audição.

“O uso excessivo pode danificar as células internas do ouvido, o que é algo irreversível e não existe forma de tratar para melhorar a audição nesses casos. Os danos causados pelo fone são similares aos de pessoas que trabalham em ambientes com muito barulho”, pontua Melissa.

Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cerca de 10,7 milhões de brasileiros têm algum tipo de deficiência auditiva no país, sendo que 1 milhão são jovens de até 19 anos.

“É preciso atenção dos pais, pois crianças podem não ter noção do volume e acabar prejudicando a audição, além disso o tempo tem que ser controlado, utilizando pouco o fone por dia”, finaliza.

A médica explica que o modelo de fone estilo concha é o menos prejudicial à saúde auditiva. “Este tipo não é introduzido dentro do ouvido, pois a saída do som fica mais longe da parte interna da orelha, mas em todos os casos, a atenção ao volume e ao tempo de utilização é essencial para preservar a saúde auditiva.”

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