Marília Mendonça: dono de terreno viu aeronave bater em cabo antes de cair

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Dono do terreno no qual caiu o avião que matou a cantora Marília Mendonça e outras quatro pessoas, o empresário Aníbal Martins Julião Júnior, de 55 anos, viu o instante da queda do bimotor, na tarde da última sexta-feira, dia 5 de novembro. Ele fora alertado pelos funcionários de seu sítio, que afirmaram ter visto o momento em que a aeronave colidiu com um cabo de energia, enquanto trabalhavam a menos de 200 metros de distância do local do acidente. O empresário, que os acompanhava, diz ter se virado para a cena no momento em que o avião perdia o controle, logo antes da queda.

De acordo com Aníbal, seus empregados capinavam um terreno para plantio e estavam a cerca de 180 metros das torres de energia em que o avião de Marília teria colidido. Enquanto eles trabalhavam, o empresário mantinha-se de costas para os cabos. Dessa posição, ele afirma, seus funcionários tinham vista livre para as torres de energia, apesar do terreno acidentado que predomina na região.

“Foi trágico e muito rápido. Os meus empregados gritaram quando viram o avião bater no cabo e eu me virei a tempo de ver a queda” — conta o empresário.

Ele afirma ter relatado o que testemunhou para os investigadores do Centro de Investigação e Prevenção de Acidente Aeronáuticos (Ceniba) e aos outros profissionais que foram ao local. Assim que o avião caiu, ele diz ter se aproximado do acidente:

“Quando chegamos lá havia um cheiro forte de querosene no ar. Conseguíamos visualizar os dois pilotos pela janela, já os passageiros estavam com as persianas de suas janelas abaixadas”, conta Aníbal Júnior, que diz ter ficado sabendo se tratar do bimotor da cantora de sertanejo apenas horas depois, pelas redes sociais.

Ele também foi um dos responsáveis pelas primeiras imagens do acidente que circularam nas redes sociais.

Ele acredita que as águas frias do córrego do Lage, como é chamado o curso de água que atravessa diversas propriedades da região, tenham sido responsáveis por resfriar os destroços da fuselagem e dissipar o querosene:

“Acredito que tenha sido isso que impediu uma tragédia maior. No primeiro momento, não permiti que ninguém chegasse perto dos destroços, pelo risco de uma explosão ou incêndio, que, graças a Deus, não ocorreu”, lembra.

Ainda segundo Aníbal, ele foi o responsável por primeiro chamar os Bombeiros e o SAMU. Ambos chegaram cerca de 20 minutos após a ligação, acompanhados dos policiais militares que estavam encarregados de aguardar a cantora no aeroporto.

“Fiquei lá em tempo integral para prestar suporte, desde o momento da queda, por volta das 15h30, até as 23h30, quando as equipes encerraram os trabalhos”, conta.

Ele diz ter se mantido a disposição nos dias seguintes para auxiliar as equipes responsáveis por recolher os destroços do bimotor e a investigar os motivos pela sua queda. Seu sítio ele conta, está localizado cerca de 350 metros de distância do riacho onde o avião caiu. A região tem outras residências e propriedades e, segundo o relato de Aníbal, apenas por sorte um acidente pior não aconteceu:

“Um dos motores caiu apenas 30 metros de distância da casa do dono de um hotel fazenda vizinho”, diz.

Fonte: iG

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