Mais três mulheres relatam assédios cometidos por obstetra ginecologista

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Outras três mulheres afirmaram ter sido vítimas de assédios e abusos cometidos pelo obstetra ginecologista Renato Kalil, um dos mais reconhecidos do Brasil. O depoimentos das novas vítimas – uma ex-funcionária e duas ex-pacientes – foram exibidos no último domingo (19), durante edição do Fantástico, da TV Globo.

As informações são do jornal O Globo. As primeiras denúncias contra Kalil surgiram há uma semana, após a influenciadora Shantal Verdelho ter relatado violência obstétrica durante parto realizado pelo médico. Desde então, outras mulheres relataram mais casos. O Ministério Público e a Polícia Civil de São Paulo investigam as denúncias.

Uma das mulheres foi atendida por Kalil há cinco anos e relatou o assédio sofrido à reportagem, durante uma consulta. Ela, assim como as outras duas, não se identificou.

“Ele falou que eu tinha um corpo bonito. Achei estranho assim. Aí a gente sentou na mesa e ele começou a me perguntar da minha vida sexual, se eu tinha relações sexuais com mulheres, falei que sim e aí ele começou com um papo, falar de uma fantasia que ele tinha e me senti muito ofendida”, contou umas das mulheres.

Também de acordo com o relato, Kalil, na mesma ocasião, compartilhou que tinha vontade de fazer “sexo a três” com a mulher dele, e mostrou fotos de biquini da companheira dele.”Tenho muita raiva que no dia eu não consegui fazer absolutamente nada. Nunca mais voltei [no consultório]”,continuou.

Já a ex-funcionária do médico afirmou que ele pedia para que ela tocasse nele, e afirmou que houve relações sexuais no período.”Pra mim ele é um doente, uma pessoa que precisa de tratamento. Viciado em sexo. Um cara que trabalha como ginecologista e tem atitude assim de atacar as pessoas”, opinou.

A terceira nova vítima ouvida, por fim, disse que sofreu gordofobia durante uma consulta. A mulher diz que Kalil teceu comentários sobre ela não conseguir engravidar porque estava “gorda”. “Todas as consultas ele fala de outras pacientes, ele cita nomes, inclusive pessoas famosas. Assim, eu sei histórias de artistas, de blogueiras. Ele é muito antiético”, disse.

A reportagem ainda ouviu Fernanda Sophia, uma fotógrafa que trabalha com registros de partos. Segundo ela, os partos comandados por Kalil foram os mais “violentos, agressivos e manipulados” que ela já acompanhou.

“Ele é extremamente arrogante, trata muito mal funcionários, foi extremamente agressivo com a gestante, assim como eu vi o vídeo que circularam por aí. Ele grita, ele maltrata, é extremamente invasivo e como se ele fosse o grande centro daquela sala de parto”, conta.

Procurado, o médico se colocou à disposição das investigações e respondeu, por email, que repudia os relatos, considerados por ele como “mentirosos”. Kalil afirmou que “jamais recebeu nenhum tipo de reclamação no Conselho Regional de Medicina ou em qualquer hospital”, e que “não teve a intenção de ofender ou magoar qualquer pessoa”.

Ainda assim, disse que pede desculpas “se alguém se sentiu ofendido”.

Informações; Folha

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