Lucas Lucco lança projeto com menos shows após superar crise: ‘Prefiro isso a me matar’

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O novo projeto de Lucas Lucco, “De bar em bar”, mostra como a estrada é, ao mesmo tempo, aliada e inimiga dos sertanejos.

Projetos ambiciosos com registros itinerantes de shows estão em alta. Mas vários artistas, inclusive Lucco, contam como a vida na estrada não é só glamour.

Para o cantor mineiro de 28 anos, o desafio do projeto, que começa em Goiânia e vai para bares de outras cidades, é ainda maior.

Ele teve uma crise em 2015, que o levou a faltar à gravação de um DVD e a fazer um desabafo no Instagram sobre ansiedade e depressão.

“Uso remédios para conseguir voar, uso remédios pra dormir, pra acordar, pra me manter calmo, pra conseguir ficar dentro de um hotel… São mais de 3 anos sem praticamente ter um momento pra mim e pra minha família”, escreveu o cantor, que tinha estourado em 2013 com “Mozão”.

Como Lucco consegui superar essa crise e lançar este projeto baseado na estrada? Ele contou ao G1 que ainda teve fases piores do que a do desabafo em 2015, mas hoje está “mil porcento melhor” Terapia, “ajuda divina” de remédios e diminuição do número de shows foram as soluções.

G1 – O ‘De bar em bar’ remete a um sertanejo até mais festivo do que o normal hoje. Parece só alegria. Mas um projeto desse tem todo o glamour que aparenta?

Lucas Lucco – Não posso ser mal agradecido. Hoje em dia melhorou muito. A gente vai de avião fretado, de carro, tem condição de arrumar da melhor forma. Antigamente era muito mais sofrido. Era só “busão”, muitas horas de viagem, ônibus estragava.

Hoje em dia, graças a Deus, controlo muito o número de shows por mês, não passo de 12. Isso já ajuda a poder ficar mais em casa, ter tempo para a vida pessoal. Mas glamouroso é como as pessoas veem. Eu vejo como uma forma de ganhar o pão. É meu trabalho, meu emprego.

G1 – Como você avalia aquele desabafo que você fez em 2015? Como você conseguiu resolver, ou não, aquelas situações que você citava lá?

Lucas Lucco – Ter falado foi ótimo. Isso me aproximou das pessoas, me deixou mais humano. Porque é uma coisa muito comum, que pode acontecer com todos nós. E isso deixou as pessoas mais tranquilas, vendo alguém do meio artístico passar pelo mesmo que elas podem estar passando.

A ansiedade e a depressão são coisas que você não pode deixar de lado.Tem que estar sempre se policiando, em alerta. Evitando pensamento negativo, qualquer tipo de cilada da mente. E com auxílio de profissionais. Lógico que vai diminuindo a intensidade de consultas, de encontros com psiquiatras ou psicanalistas.

“Tive muito auxílio de fármacos na época. Acho que os remédios são um auxílio muito grande e divino. Acho que Deus deu a oportunidade de ter os remédios para auxiliar. Mas a gente também não pode colocar toda a nossa fé no fármaco. Acho que é tudo mais mental, espiritual e psíquico do que qualquer outra coisa.”

G1 – Na época de crise, enquanto estava na estrada, dava para fazer terapia à distância?
Lucas Lucco – Dava, eu fiz muito FaceTime. Mas assim que tive oportunidade, freei minha agenda. Tive que resolver um emaranhado de coisas com escritório, contratos. Hoje sou eu o gestor da minha carreira toda. Consegui estabelecer uma meta mensal de shows. Sei até onde posso ir, qual é meu limite. Então posso fazer esses encontros pessoalmente.

G1 – Além da logística, em relação à parte de saúde mental, você consegue dominar 100% daqueles problemas ou ainda tem um desafio?
Lucas Lucco – O desafio é sempre presente e necessário. Na questão emocional estou 1000% melhor. Porque o sucesso me pegou de surpresa. Isso me fez ficar muito ansioso, me gerou uma carga emocional muito grande. Por isso aconteceu o desabafo em 2015.
Essa síndrome de burnout desencadeou várias outras coisas. O excesso de trabalho gerou uma ansiedade muito grande. Hoje, todo o estudo que eu fiz de mim mesmo, esse mergulho para dentro de mim foi muito importante.

“Estou levando a vida profissional e pessoal de uma forma muito melhor. Isso não tem nada que pague. Não tem 30 shows por mês que pague isso. Eu prefiro ficar ali nos meus 12, fazendo o que eu posso, tranquilamente, tendo uma vida mais saudável em todos os sentidos, do que me matar. Do que ter mais dinheiro e menos tranquilidade.”

Fonte: G1


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