Lucas Leto, o Marcelo de ‘Pantanal’, comenta repercussão

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A trama de Marcelo, personagem de Lucas Leto em “Pantanal”, começou a se desenrolar na novela há pouco mais de dez dias, e a curiosidade do público a respeito do ator já dá resultados. Seu número de seguidores no Instagram dobrou (agora ele tem mais de 80 mil). O assédio na rede social o deixa surpreso:

— Tenho visto muitos comentários legais, elogios. A gente vai cheio de medo para a televisão. Então, ler coisas positivas é bem bacana. Também acho engraçado estar recebendo nudes nas mensagens privadas. Elas vêm de homens e de mulheres. Outro dia, recebi de uma mulher casada: “Quero te conhecer melhor”. Também comentam: “Mais um peão gostoso entrando na novela!”. É corajoso isso! Ainda estou aprendendo a lidar com essa repercussão. Às vezes, retuíto alguns comentários. Estou me divertindo. Como diz o Gil do Vigor, eu gosto é de ver a cachorrada (risos).

Esta não é a estreia de Lucas na televisão. Ele fez parte do elenco de “Bom sucesso”, três anos atrás. Agora, vibra com a chance de fazer parte de mais uma produção de sucesso na Globo:

— É uma responsabilidade muito grande. Primeiro por ser uma novela das 21h, depois por ser o remake que é. Venho do Bando de Teatro Olodum. Sempre tive dedicação à minha vida no teatro. Sou meio nerd, de estudar muito. Fui atrás de saber mais sobre Zootecnia, profissão do personagem, e aprendi a andar a cavalo. É uma honra fazer esse personagem que, no passado, foi do Tarcísio Filho. Estou tentando contato com ele para falar sobre essa alegria. E tem sido surpreendente o carinho do público. Achei que ia ser descascado nas redes sociais (por fazer esse personagem que se envolve com a suposta irmã). E o que está acontecendo é o contrário. Ouço as pessoas dizerem que Guta (Julia Dalavia) e Marcelo têm química. E essa era mesmo a mensagem que eu e Julia queríamos passar: a de que os personagens são vítimas do pai. Quando eles se conheceram e se apaixonaram, não tinham ideia de que poderiam ter um laço sanguíneo.

Adiante na história, o público descobrirá que Marcelo não é filho de Tenório (Murilo Benício). Então, o romance dos personagens de Lucas e Julia deixará de ter um impedimento. E, para costurar essa trama cheia de nuances, o ator diz contar com a parceria da colega:

— Julia já tinha vindo passar um verão aqui em Salvador. Ficamos nos observando durante muito tempo, mas não nos falamos. Só sentimos a presença um do outro. No Rio de Janeiro, a gente se encontrou e foi uma coisa louca. Ela é daquelas pessoas que o santo bate, sabe? A gente se olha muito, então, fica tudo fácil: toque, intimidade, cenas de sexo, de amor, de carinho.

O núcleo da segunda família de Tenório foi um dos que mais sofreu adaptações no remake. A abordagem do racismo, por exemplo, é uma das novidades. O ator acredita que a mudança no roteiro é reflexo dos novos tempos:

— É de uma importância enorme ver questões raciais abordadas neste trabalho tão grande. Isso vai chegar ao público de forma sutil, inteligente. Vamos fazer o telespectador se questionar. Temos ali em cena uma família que é a cara do Brasil. Além da representação, gosto de pensar na representatividade. As pessoas precisam se ver na TV. Mais de 50% da população brasileira são de pessoas negras. E hoje o público tem o poder de escolher o que vai assistir. Aos poucos, nosso audiovisual vai atingir outros padrões. Quero muito ver mais protagonistas pretos, diretores pretos, como já está acontecendo em outros países.

Kogut

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