Jogadores da França interrompem coletiva de Deschamps, dão banho no treinador e fazem festa

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A coletiva pós-jogo do técnico da França, Didier Deschamps, foi interrompida pelos jogadores, que entraram na sala de imprensa para celebrar com o treinador. Pelo menos dez deles invadiram o local, deram um banho no chefe, cantando e dançando. O lateral Mendy e o meia Pogba eram os mais empolgados e subiram na mesa para festejar.

Em francês, os jogadores cantaram o nome de Didier Deschamps, depois repetiram várias vezes “somos campeões” e finalizaram com “Vamos quebrar tudo”. Além de Mendy e Pogba, estrelas da invasão, participaram também Hernandez, Pavard, Mautidi, Umtiti, Kimpembe, Tolisso, Griezmann e Giroud.

É a terceira vez que me jogam coisas, eu já me troquei e continuo cheirando mal – brincou o técnico da França.

Depois, em entrevista para a rede RMC, Deschamps disse que seguirá no cargo.

– Vocês não querem mais me ver aqui, é isso? Vou fugir, vocês não me verão por 15 dias, e depois veremos isso. Se tenho vontade de continuar? Fui jogador. Tenho uma tranquilidade absoluta. Continuo assim. Não serei influenciado por nada. Nem todo mundo foi gentil comigo, mas as críticas fazem parte do trabalho. Sobre continuar, está planejado assim.

Do que as pessoas vão se lembrar dessa Copa do Mundo?

– É difícil discutir isso. Do que as pessoas vão se lembrar dessa Copa do Mundo? A França é campeã do mundo, para mim significa ter sido melhor do que as outras. Era um grupo muito jovem, 14 jogadores na primeira competição. Estou muito orgulhoso, eles tiveram controle mental, repetimos o tempo todo para nunca desistirem. Eles fizeram tudo certo hoje, tivemos muitas qualidades psicológicas ao longo da Copa do Mundo. Vimos times de excelente técnica, mas isso não foi suficiente. No primeiro tempo não dominamos o jogo e vencemos por 2 a 1. A França é uma bela campeã e estará no topo do futebol mundial pelos próximos quatro anos.

O que representa para você?

– Eu não gosto mesmo de falar sobre mim, mas me lembro, é claro, da minha história. Tive o imenso privilégio de ter vivido isso como jogador há 20 anos. Foi na França, estará marcado em minha memória para sempre. Esses 23 jogadores nunca mais serão os mesmos e estarão juntos para sempre na história. Talvez eles ganhem tudo, todos os títulos, mas para um jogador profissional não há nada como vencer uma Copa do Mundo.

Igualou-se a Zagallo e Beckenbauer

– É um grande prazer para mim, é um círculo muito restrito. É um prêmio pessoal, mas, honestamente, isso é secundário. Estou muito feliz pelos jogadores. Mbappé, por exemplo, tem só 19 anos. Espero que ele seja campeão novamente, mas me lembro que em 98 Trezeguet e Henry tinham só 19 anos e não puderam ser campeões outra vez. Minha maior felicidade é poder ver esses jogadores campeões.

Griezmann é o destaque?

– Isso é futebol. Griezmann tem grandes qualidades e é extremamente humilde, ele vive para o coletivo. O coletivo é crucial. Podemos falar de talentos individuais como Griezmann, Mbappé, Pogba, Varane, Umtiti. Esse time fez bonito. E fizeram tudo juntos, dentro e fora de campo, nós sentimos tudo juntos. E hoje eles realizaram tudo no campo.

Eu sou o técnico, mas preciso ter ajuda. Passamos 55 dias juntos e a unidade no estafe é o melhor exemplo. É claro que temos muitos diálogos, e às vezes duros, muito duros, mas a maneira como eles reagiram foi sempre positiva. Contra a Argentina, nas oitavas, estávamos perdendo de dois a um e viramos. Eles se sentiram muito fortes depois daquilo. A maior dificuldade para um técnico são os jogos da primeira fase, as escolhas que temos de tomar.

Favoritos pelo caminho.

– Houve times pequenos no papel que chegaram à Copa muito bem preparados. Antigamente havia grandes nações de futebol, mas isso é diferente. Não sei se foi uma Copa do Mundo de futebol bonito, mas foi muito atlética e intensa do ponto de vista físico. Os times pequenos tiveram estatísticas muito altas de intensidade e distâncias percorridas.

Análise da campanha

– Passar pela Argentina mudou uma série de coisas para nós. Nos deu mais confiança mental. Era uma grande seleção, com Messi, mas estávamos apenas qualificados para as quartas depois daquilo, e houve muita euforia. Poderíamos perder para o Uruguai cinco dias depois, mas a fome de vencer aumentou.

Análise da Copa

– Foi uma Copa do Mundo muito linda, nossa concentração era maravilhosa, tivemos todas as condições para percorrer longas distâncias. E passou muito rápido. Tudo correu bem, a segurança e a arbitragem, que nunca é fácil. O VAR trouxe elementos positivos ao torneio. Foi uma linda celebração do futebol, um prazer estar na Rússia.

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