Até a última segunda-feira (2), 56 pacientes em Feira de Santana estavam em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e policlínicas municipais, esperando a transferência para uma unidade hospitalar pelo Sistema de Regulação do Governo do Estado.
Em entrevista ao Programa Acorda Cidade na manhã de segunda-feira (9), a coordenadora geral das policlínicas e UPAs municipais, Vera Lúcia Galindo, informou que este número caiu para 30, mas chamou a atenção pela grande quantidade de óbitos, que o município registrou durante quatro meses, neste ano de 2022.
“Dos dados que foram levantados pela Secretaria Municipal de Saúde, do mês de janeiro até o mês de abril, tivemos 163 óbitos. É um número gritante, e por isso que precisamos resolver este problema da população, porque esses números não podem continuar crescendo do jeito que está. Quando tivemos estes dados em mãos, posso ser sincera que fiquei muito assustada”, lamentou.
De acordo com a coordenadora, uma reunião para debater o assunto, foi realizada na última sexta-feira (6), com representantes do Ministério Público e da Central de Regulação do Estado.
“Tivemos uma reunião na última sexta-feira com a presença do Ministério Público e da Sesab e durante o final de semana, tínhamos 26 pacientes nesta fila de regulação, e de ontem para hoje, este número aumentou para 30. Percebemos que tivemos uma redução no número de pacientes que já estavam aguardando, mas de qualquer forma, continua um número alto. A maior demanda destas regulações, são pacientes com AVC, infarto, alguns pacientes cirúrgicos com colecistite e até alguns pacientes que demandam por endoscopia com anestesia, e estes precisam ser feitos dentro de uma unidade hospitalar. Pelo que a gente observa, o setor de neuro e cardiologia, são os setores que mais demoram para regular”, explicou.
Apenas no mês de abril, 53 pacientes ficaram aguardando na fila de regulação.
“Neste mês de abril, chegamos a ter 53 pacientes na fila, até então, este foi o maior mês com número alto da fila de regulação. No mês de janeiro, também tivemos um número alto de 50, e por isso que estamos mantendo este diálogo com o Ministério Público, com a Sesab para procurar novas alternativas em transferir o mais rápido possível, todos estes pacientes que estão em policlínicas, UPAS, para unidades do estado”, informou.
Ainda segundo a coordenadora Vera Lúcia Galindo, existem alguns critérios com relação às transferências que são feitas.
“Nós não temos uma gestão sobre a regulação do estado, toda regulação é feita por eles, nós apenas tratamos de regulação municipal até média complexidade. Quando se trata de alta complexidade, é necessário que haja a transferência pelo estado. Então nós tentamos colaborar o máximo possível, realizando tomografias, raio-x, ressonância, tudo isso, no sentido de identificar a prioridade do caso e verificar quais são os pacientes que estão em um quadro grave. Todos os dias nós atualizamos os dados aqui na plataforma, mas infelizmente a própria Sesab informou que este problema não é específico de Feira de Santana, e acontece na Bahia inteira, porém o nosso questionamento, é que novos hospitais já foram entregues, já foram inaugurados, mas os problemas persistem, então fica esta interrogação com relação à tudo isso”, enfatizou.
Outro problema também enfrentado no município, é a retenção de macas nos hospitais. De acordo com a coordenadora, nem sempre todas as regulações são feitas para o Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), e muitas macas estão retidas com pacientes na unidade.
“As unidades precisam de ambulâncias para fazer as regulações, e a gente sabe que as regulações não são feita exclusivamente para o Clériston, são feitas para outras unidades também, como em Salvador, Santo Antônio de Jesus, e às vezes, são liberada três regulações e fica inviável fazer a transferência porque temos as macas retidas nos hospitais. Semana passada eu precisei mobilizar quatro ambulâncias, tive que acionar o Samu porque estávamos com macas presas, e muitas dessas ficam no Clériston”, concluiu.
Informações: Acorda Cidade