Índice de aprendizagem pode retroceder até 4 anos com suspensão de aulas presenciais, diz pesquisa

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Uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (12) aponta que a educação brasileira poderá retroceder a níveis de aprendizagem de quatro anos atrás devido à suspensão das aulas presenciais por causa da pandemia.

A estimativa considera um cenário em que os alunos não aprenderam novos conteúdos durante as aulas on-line, seja por falta de acesso à internet e ferramentas tecnológicas, ou por perda de vínculo com a escola.

Os dados apontam que os mais prejudicados são:

Alunos do sexo masculino, pardos, negros e indígenas com mães que não terminaram o Ensino Fundamental.

Os menos prejudicados são:

Alunos do sexo feminino que se declararam brancas com mães que concluíram pelo menos o ensino médio.

O estudo foi feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), a pedido da Fundação Lemann. Ele usa como base os dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). A simulação considerou o aprendizado de alunos do 5º ao 9º ano do ensino fundamental e do ensino médio, em português e matemática. A perda de aprendizagem em matemática é mais intensa, de acordo com a pesquisa, se comparada às perdas em português. Os alunos do ensino fundamental também foram mais prejudicados. Os dados indicam diferenças regionais, em que os alunos do Norte e Nordeste tiveram mais prejuízos na aprendizagem, se comparado a Sul e Sudeste.

“Em um cenário de interrupção das aulas presenciais, o aprendizado dos alunos depende do acesso ao ensino remoto e esse acesso é desigual no Brasil”, afirma André Portela, pesquisador líder do estudo e Professor Titular de Políticas Públicas da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV EESP).

“Analisando dados do Saeb, concluímos que, em 2020, o crescimento do aprendizado dos alunos brasileiros poderá desacelerar ou mesmo retroceder. Esse resultado ocorre de maneira desigual no país, afetando mais fortemente os menos favorecidos. Assim, esforços para mitigar essa perda e garantir o acesso a um ensino remoto de qualidade a todos são urgentes, de modo a evitar a perda de aprendizado e o aumento das desigualdades educacionais”, defende Portela.

Em novembro, outro estudo publicado na revista científica “Educational Researcher”, da American Educational Research Association, apontou que estudantes da educação básica poderão ter uma perda de aprendizagem entre 50% e 63% em matemática e entre 32% e 37% em leitura, após três meses de fechamento das escolas.

Informação – G1

 

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