O pré-candidato do PSDB ao governo da Bahia, João Gualberto comparou, de forma irônica, sua trajetória política com a do pré-candidato do PT a governador, Rui Costa (PT), durante entrevista nesta manhã à rádio Tudo FM. Foi a primeira entrevista dele desde a definição de Rui como candidato governista, na semana passada.“Eu fui pesquisar a vida desse rapaz e vi que ele nunca trabalhou. Começou com 20 anos como diretor de sindicato. Ele nunca fez absolutamente nada e agora está sendo promovido com o dinheiro público para ser eleito em 2014. Ele tem a mesma intenção de voto do que eu, e veja que ele está com a máquina do Estado. Há mais de um ano o governador vem trabalhando o nome dele para ser candidato”, disse Gualberto.
O tucano explicou que o presidente do PMDB, Geddel Vieira Lima, acatou o entendimento dos outros partidos oposicionistas de anunciar o pré-candidato das oposições apenas depois do Carnaval para não haver conflito com a agenda administrativa do prefeito de Salvador, ACM Neto. “É melhor depois do Carnaval porque ACM Neto tem que trabalhar. Infelizmente, o PT instalou uma cultura de fazer política todo dia. O eleitor vota e espera que [o candidato eleito] trabalhe. Neto acabou de tomar posse, não poderia estar hoje somente preocupado em política. Ele tem que estar preocupado em administrar Salvador. Talvez Jaques Wagner, por não estar preocupado em administrar a Bahia, tenha antecipado tanto a eleição”, disse.
O empresário afirmou não ver problema em abrir mão da cabeça de chapa, caso a oposição escolha outro nome, mas frisou estar nesse momento lutando para se cacifar ao Palácio de Ondina e disparou veladamente contra candidaturas que se colocam para negociar vagas na chapa majoritária. “Todos nós, eu, Geddel e Aleluia, somos pré-candidatos ao governo. Diferentemente de outras pessoas que colocam o seu nome como candidato só para pleitear a vice ou o Senado, eu quero ser candidato ao governo. Eu tenho condições de ganhar desse candidato que está aí posto. Claro que eu me submeto a todos os partidos, não quero impor meu nome. Todos os partidos vão estar no projeto de oposição. Estamos discutindo é quem vai ser o escolhido para ser o cabeça de chapa, mas tudo de uma maneira tranquila e muito acordada”, explicou.
Sobre a ironia do secretário de Infraestrutura da Bahia, Otto Alencar, de que ele não conheceria o estado das estradas baianas porque só anda de avião, reagiu. “Com todo respeito a Otto Alencar, eu só esperava que ele respondesse (a questionamento que o PSDB fez à Justiça sobre investimentos em estradas baianas). Se ele tivesse essas informações de fato, ele responderia. Ele conhece as leis e sabe que é obrigado a fornecer. Ele não respondeu e nós fomos obrigados a recorrer à Justiça e o pleno do Tribunal de Justiça está obrigando o governo do estado a prestar as informações. Eu tenho avião há mais de 13 anos, antes de ser político. E quero lembrar que o governador dele em 2005, através do Sidônio Palmeira [marqueteiro de Wagner] pediu meu avião emprestado para fazer campanha. Ele usou durante um ano. Mesmo eu apoiando Paulo Souto eu emprestei e não cobrei nada por isso. Eu ando de avião com o meu dinheiro não estou fazendo pré-campanha com o dinheiro do povo. Faço com o meu dinheiro e desafio o candidato dele a provar como está fazendo a pré-campanha”, finalizou.