Flávio Bolsonaro diz que não conhece depósito de Queiroz para sua mulher

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Em depoimento ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), o senador Flávio Bolsonaro disse desconhecer, que ele ou qualquer parente tenham recebido dinheiro de Fabrício Queiroz, seu ex-assessor, e de outros servidores da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). A declaração vai de encontro com as informações obtidas pelos promotores após quebras de sigilos bancários na investigação sobre a “rachadinha”.

De acordo com as informações, Queiroz fez um depósito de R$ 25 mil em dinheiro na conta da mulher do senador, Fernanda Bolsonaro, em agosto de 2011. A identidade de quem fez o repasse, no entanto, é mantida sob sigilo.

“Não sei a origem do dinheiro. Mas dá uma checada direitinho que eu tenho quase certeza que não deve ter nada a ver com Queiroz. Queiroz nunca depositou dinheiro na conta da minha esposa, pelo que eu saiba”, afirmou Flávio.

De acordo com reportagem de O Globo, o MP mapeou de onde veio o dinheiro que teria bancado a entrada de R$ 110,5 mil do apartamento do casal. Dias antes do pagamento, em agosto de 2011, houve um movimento de créditos na conta de Fernanda, sendo o primeiro no dia 15, vindo de Queiroz. Depois de dois dias, a mulher de Flávio recebeu R$ 74,7 mil de resgate de aplicações em fundos. Um novo depósito em espécie foi feito no dia 19, por uma pessoa cuja identidade está em sigilo. Nesses quatro dias, a conta ficou com crédito adicional de R$ 111,7 mil, suficiente para pagar a entrada.

Imagens obtidas pelas investigações, mostram Queiroz pagando boletos no valor de R$ 6,9 mil de mensalidades da escola das filhas de Flávio. Segundo os promotores, ainda estão sendo investigado o pagamento de 114 boletos bancários das escolas das filhas e do plano de saúde da família de Flávio Bolsonaro cujos valores não foram debitados das contas do então deputado nem das de sua mulher. O valor total desses boletos chega a R$ 261,6 mil.

No último domingo (9), O Globo revelou que o senador admitiu em ter comprado 12 salas comerciais em 2008, e teve o uso de R$ 86,7 mil em dinheiro vivo. Flávio disse em depoimento que pegou o valor emprestado com o presidente Jair Bolsonaro e um irmão, sem identificar qual.

Através de nota, a defesa de Flávio disse que “tem recebido com perplexidade as notícias de vazamento das peças e áudios do procedimento que tramita sob sigilo” e que “a partir deste momento não serão mais permitidos os registros audiovisuais do senador durante as suas manifestações”.

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