Empresa que presta serviço ao estado poderá ser acionada na justiça

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Pela segunda vez consecutiva a empresa Sandes, que é terceirizada junto a secretaria estadual de Educação e que presta serviços em escolas públicas do estado, não mandou nenhum representante para uma reunião que estava prevista para a tarde desta quarta-feira (8) na sede da Gerência Regional do Trabalho (GRT) em Feira de Santana.

Compareceram aproximadamente 30 funcionários juntamente com representantes do Sindicato dos Trabalhadores de Limpeza Pública e Terceirizados e o gerente regional do trabalho, José Batista Santana. Como a Sandes não mandou representante, o sindicato está disposto a ingressar com uma ação trabalhista para garantir os salários em atraso e a quitação dos débitos trabalhistas.

Desempregada, a dona de casa Aline dos Santos deixou a reunião na GRT insatisfeita com o posicionamento da empresa Sandes, por não ter mandado um representante para negociar com os trabalhadores. “Fomos demitidos desde o dia 18 de abril. A sandes não fez a homologação dos nossos direitos e não pagou nenhum centavo. Antes de ter as demissões a empresa já devia o mês de abril e também não pagou o mês de maio. Além disso, estamos sem receber vale-transporte. A empresa mais uma vez deixa a desejar”, afirmou.

Aline dos Santos disse também que além de não quitar os débitos com os trabalhadores, a Sandes recolheu as carteiras de trabalho e ainda não devolveu os documentos, o que está dificultando que as pessoas demitidas consigam um novo emprego. Ela informou que a empresa levou as carteiras para Salvador e até agora não apresentou uma solução nem para pagar os débitos, nem para devolver os documentos.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Limpeza Pública e Terceirizados, Rossalvo Ferreira de Cerqueira, lamentou a atitude da Sandes em não ter mandado um representante para negociar com os trabalhadores. Ele informou que essa é a segunda vez que a empresa foi intimada para negociar na GRT e não deu nenhuma satisfação.

“As pessoas que estão aqui foram demitidas há mais de 90 dias e não há nenhuma decisão por parte da empresa. Não mandou representante e nem se quer deu qualquer informação se tem interesse de resolver essas questões trabalhistas. Eu pedi ao delegado do trabalho que tome uma posição, pois isso é um desrespeito ao sindicato, aos trabalhadores e ao próprio Ministério do Trabalho”, disse.

Rossalvo Cerqueira informou que foram demitidos aproximadamente 300 trabalhadores que atuavam em escolas da rede estadual de ensino em Feira de Santana e região. Ele disse ainda, que diante da dificuldade da empresa em negociar com os trabalhadores e com o sindicato, vai entrar com uma ação na justiça do trabalho contra a Sandes para que o direito dos trabalhadores seja assegurado.

O gerente regional do trabalho, José Batista de Santana, disse que esse tipo de reunião, a pedido de sindicatos, é normal ocorrer na gerência e o objetivo é sempre fazer uma negociação para evitar que os trabalhadores sejam prejudicados.

“Como os representantes da Sandes não vieram pela segunda vez, o processo será encaminhado para a fiscalização e tanto o sindicato como os empregados foram orientados para reclamarem na justiça do trabalho, que tem o poder de cobrar. A empresa terá um prazo para quitar os débitos. Se isso não ocorrer ela poderá ter os bens penhorados”, informou.

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