Em primeira reunião na PF, Ramagem elogia alvos de Bolsonaro e delegados próximos a Moro

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Nomeado por vontade de Jair Bolsonaro, Alexandre Ramagem acenou para alvos do presidente em sua primeira reunião como diretor-geral. O delegado fez nominalmente elogios aos superintendentes do Rio e de Pernambuco. Sergio Moro disse em sua saída que o presidente queria substituí-los sem motivo e sem razão aceitáveis. Ramagem também quis se posicionar em relação ao ex-ministro, fazendo menção positiva a dois delegados sabidamente ligados ao ex-juiz. O diretor pediu tranquilidade.

Ramagem disse ainda que a PF possui controles suficientes, o que foi interpretado por presentes de que ele quis dizer que o órgão tem como se proteger de interferências.

Apenas os quatro foram citados de forma específica. Além do chefe do Rio, Carlos Henrique de Oliveira Sousa, e da chefe de Pernambuco, Carla Patrícia, os outros dois mencionados foram Fabiano Bordignon, diretor do Depen (Departamento Penintenciário Nacional) e Erika Marena, que comanda o DRCI (Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional).

Bordignon era um dos nomes defendidos por Moro para assumir o posto de diretor-geral.

Além dos 27 superintendentes convidados, participaram da reunião os atuais diretores e o ex-diretor-geral Maurício Valeixo. Ele e Ramagem trocaram homenagens. A forma de transmissão do cargo foi elogiada por delegados, considerada civilizada.

Ramagem deu indicações de que vai manter no cargo a superintendente de Pernambuco. Ele disse no encontro virtual que vai fazer mudanças na diretoria. Como contou o Painel, alguns dos atuais integrantes da cúpula vão para fora do país.

Apoio Em seu perfil no Twitter, Rebeca Ramagem, mulher do novo diretor-geral, tem promovido algumas das pautas mais controversas do governo e tem atacado políticos com os quais o presidente tem vivido relação tensa.

Rebeca tem pedido com frequência o impeachment do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e diz que ele é pior que o ex-presidente Lula (PT). Ela também critica o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e defende votação popular para o cargo em postagens contra o deputado.

Jair Bolsonaro não deu mais informações a seus ministros sobre as acusações feitas por Sergio Moro na última sexta (24). Para auxiliares, o presidente deu sinais, em reunião nesta terça (28), de que estava aliviado e se limitou a dizer que se sentia tranquilo. Disse agora era “bola pra frente”.

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