Educação é oportunidade para realizar sonhos, conta estudante da EJA de 57 anos

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Ao ter acesso ao letramento as pessoas ganham um mundo de possibilidades que se descortinam a partir do momento que o conhecimento vai se ampliando. São oportunidades e descobertas que influenciam diretamente no desenvolvimento pessoal. Para marcar a importância da alfabetização e do letramento, nesta quarta-feira, 8, foi celebrado o Dia Internacional da Alfabetização.

Há três anos, a dona de casa Nadja de Jesus Silva, hoje com 57, retomou os estudos. Ela, que está matriculada na Educação de Jovens e Adultos, EJA, numa escola municipal, garante que a educação “é a saída para a realização dos sonhos”.

A data foi instituída em 1967 pela Organização das Nações Unidas, ONU, em parceria com a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco. Segundo as instituições, alfabetizar-se é uma questão de dignidade e direitos humanos.

Apesar da importância, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), a taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais de idade foi estimada em 6,6%, representando 11 milhões de analfabetos no Brasil. Os dados, de 2019, são os mais recentes na área.

Poder e acesso

“Alfabetizar é dar poder a alguém para dominar um código linguístico. É uma forma de abrir um mundo de oportunidades, seja através da leitura ou da escrita. A pessoa terá recursos para interpretar o mundo ao seu redor”, argumenta a professora Jeane Santos, pedagoga e especialista em Alfabetização que atua na Secretaria Municipal de Educação.

Nas escolas da Educação municipal, as crianças são acolhidas desde os primeiros passos para o letramento até os anos finais, ou seja, do Grupo 3 da Educação Infantil até o 9º ano. De acordo com dados de 2021, 10.995 crianças estão inseridas na Educação Infantil e 9.277 estão cursando o 1º e 2º ano do Ensino Fundamental – principais etapas da alfabetização.

A pequena Keroly Vitória dos Santos Ferreira, matriculada no 2º ano da Escola Municipal Eurides Franco Lacerda, na Conceição, diz que aprende muito, inclusive adquiriu o gosto pela leitura.

“Aprendi um monte de coisas na escola. Aprendi a ler, a escrever e a gostar de leitura, tenho vários livros preferidos”, conta Vitória.

Para aprender não tem idade

Por outro lado, um número significativo de escolas municipais também oportuniza a jovens e adultos, independentemente da idade, o acesso à alfabetização ou o retorno à sala de aula, um elo fundamental para a vida que foi perdido em alguma fase da idade escolar por circunstâncias diversas.

Na EJA, são disponibilizados o Segmento I, que é equivalente aos anos iniciais – do 1º ao 5º ano; e o Segmento II, correspondente aos anos finais – do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental.

Aos 57 anos, Nadja de Jesus Silva ainda nutre o sonho de ser professora. Estudante da Escola Municipal Ana Brandoa, localizada no Tomba, há três anos, ela diz que não existe idade exata para aprender, mesmo recomeçando ‘do zero’.

“Eu sou a prova viva de que a educação pode mudar as pessoas. Não tive a oportunidade de estudar antes, mas agora, com coragem e determinação, vou conseguir”, sonha.

Como dizia o educador brasileiro Paulo Freire, “a leitura do mundo precede a leitura da palavra”. Mas, é educação que torna mais igualitárias as oportunidades e permite também a realização pessoal e profissional.

Em sua maioria, os estudantes da EJA estão inseridos no mercado de trabalho ou realizando as atividades comuns no seio familiar, a exemplo da dona de casa Nadja. Todos, no entanto, ávidos por novas descobertas. Além de Nadja, 2.598 outros estudantes estão inscritos na EJA neste ano, somente nas escolas municipais. São jovens, adultos e inclusive idosos que buscam realizar o sonho de aprender a ler e escrever para seguir outros planos de vida.

Informações: Secom

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