Discurso de Bolsonaro emplaca, e caminhoneiros miram Petrobras

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Líder dos caminhoneiros durante a greve de 2018, Wallace Landim, o Chorão, afirmou que o setor discute a possibilidade de promover um ato contra a Petrobras.

A estatal anunciou, nesta segunda-feira (9/5), novo reajuste de 8,86% no preço do diesel vendido às distribuidoras. O valor médio do combustível passará de R$ 4,51 para R$ 4,91, segundo a empresa.

“Vou conversar com outros segmentos, pois a gente precisa pressionar a Petrobras para mexer no PPI [Política de Paridade Internacional]”, destaca Chorão.

 

“Vimos o último posicionamento do Bolsonaro pedindo para a Petrobras abaixar o preço do combustível. A gente viu o presidente indignado. Então, ele tá pedindo para o povo ir para a rua e pressionar a Petrobras?”, questiona o caminhoneiro, que também é presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), ao Metrópoles.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar duramente a Petrobras na última quinta-feira (5/5).

Durante transmissão ao vivo nas redes sociais, o chefe do Executivo federal disse que é um “crime” e um “estupro” a empresa ter um lucro “abusivo” em períodos de crise. “Faço um apelo: Petrobras, não quebre o Brasil”, disse Bolsonaro, aos gritos.

A petroleira registrou lucro de R$ 44,561 bilhões no primeiro trimestre deste ano — resultado 3.718,4% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando a estatal faturou R$ 1,167 bilhão.

“Não sou da esquerda nem de direita. Sou brasileiro e caminhoneiro. O foco é a Petrobras, é a medida administrativa”, prosseguiu o líder caminhoneiro.

Ao Metrópoles o presidente do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos de Ijuí-RS, Carlos Alberto Litti Dahmer, também teceu críticas à Petrobras após o anúncio do reajuste no preço do diesel.

“O que se está fazendo com a Petrobras é um crime. Esse lucro que está tendo não é revertido para fim social, mas repassado para quem apostou na Bolsa de Valores. Isso que se faz é entregar o maior patrimônio público ao léu, dilapidar o patrimônio”, protesta o sindicalista.

Segundo ele, a situação que já era terrível, agora passa a ser algo insustentável.

“O mercado, em si, não admite esse aumento. Não vai ter como a indústria, o comércio e a população assumir isso. Isso é inflação na veia, direto na prateleira, no prato do brasileiro”, acrescenta.

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