Dilema do Ba-Vi: clássico pode fazer times mostrarem armas antes da hora

Pode até não ter qualquer importância para a classificação do Campeonato Baiano, mas é impossível dizer que o Ba-Vi deste domingo não vale nada. Ba-Vi sempre vale alguma coisa. Se, no papel, não interfere na competição, o clássico tem valor inestimável para a autoestima dos jogadores. Inevitável conquistar um triunfo em jogo como esse e não entrar muito mais empolgado na reta final do campeonato. Contudo, existem também outras questões a serem pontuadas.

Pouco mais de quinze dias depois do clássico deste domingo, Bahia e Vitória voltam a se encontrar, desta vez pela Copa do Nordeste, em jogo que vale – e muito – no papel. Com isso, a partida que abre os clássicos em 2017 pode dar armas aos técnicos dos dois times nos confrontos decisivos que estão pela frente.

Armas que não se restringem meramente ao conhecimento de peças de um time titular, mas também disposições táticas, variações dentro de jogo. Uma coisa é assistir a uma partida do rival, outra é ver, na prática, com o time se comporta em diversas situações. E isso, Guto Ferreira e Argel Fucks vão saber in loco na partida deste domingo. O próprio treinador do Bahia reconheceu que seria mais interessante enfrentar o rival logo nos jogos de mata-mata.

– Logicamente melhor se for direto e correr o risco. O fato de ser o primeiro do ano, o primeiro de cada treinador, a rivalidade que se coloca pode fazer com que você acabe mostrando para o adversário armas importantes que você poderia utilizar depois. Só que aí, fazer o quê? Existe, a rivalidade é grande, e você tem que respeitar isso tudo, firmar o seu nível de confiança, o seu nível de comportamento, ação, para quando vierem os outros você continuar surpreendendo – acredita Guto Ferreira.

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Para além das informações cedidas no clássico, o jogo de domingo também coloca em questão como os técnicos vão lidar com a situação física dos jogadores. Prestes a entrar em uma sequência de jogos importantes – na quarta-feira, por exemplo, o Vitória enfrenta o Paraná, pela Copa do Brasil -, os treinadores entram no dilema de usar força máxima e assumir o risco de perder atletas importantes.

Mas, independente dos muitos riscos de um clássico que vale pouco no papel, o lado emocional de vencer um Ba-Vi sempre será preponderante. E técnicos e jogadores dos dois times entenderam muito bem isso.

– Vale bastante coisa. A torcida vai nos cobrar, a diretoria também quer ganhar, nós queremos ganhar. Somos movidos por esse tipo de situação. É bom para nós, bom para todos. Várias pessoas esperam pelo clássico, a gente também. Difícil dizer que não vai valer nada. Para a gente, pessoalmente, vai valer. Depois me pergunta se alguém vai tirar o pé. A gente nem pode pensar na decisão da próxima semana, tem que respeitar o clássico, a grandeza e a dimensão que é – diz o capitão do Vitória, Willian Farias.

Fonte | G1

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