Desobstrução de calçadas: operação da SMT remove veículos de estudantes e gera protestos

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A Superintendência Municipal de Trânsito (SMT) realizou, ontem (4), uma operação para liberar o acesso em calçadas em Feira de Santana. De acordo com o superintendente de trânsito, Maurício Carvalho, a operação é uma iniciativa recorrente na cidade e acontece em escolas, hospitais, faculdades, bancos e outros locais da cidade.

Diversos vídeos da operação e de protestos dos estudantes foram compartilhadas nas redes sociais ainda na noite de quinta-feira (4).

Uma estudante disse que os alunos chegaram a parar em frente ao guincho para não deixá-lo passar e que a Polícia Militar foi acionada.

“Fizemos um protesto por conta do comportamento da SMT. Eles param o guincho aqui e colocaram alguns veículos. Ficamos transtornados com isso, porque não estamos atrapalhando o trânsito, estamos estudando e a impressão que tivemos é que a prefeitura não quer que a cidade se concerte, que as pessoas possam ganhar suas vidas de forma decente. Vemos isso pelo comportamento do pessoal do rapa e pelo comportamento deles aqui com os estudantes. A cidade está repleta de ladrões e homicidas e a todo momento estamos no sentindo inseguros. A Polícia Militar esteve presente e acho que eles deveriam estar atrás de pessoas que realmente estão fazendo coisas erradas, e não nós estudantes. Ficamos na frente dos guinchos não deixamos passar e se houver outras vezes não vamos deixar passar e vamos lutar pelos nossos direitos”, disse.

Outro estudante disse que tentou por cerca de uma hora negociar com os agentes de trânsito, mas os veículos foram removidos para o pátio.

O objetivo da operação, segundo o superintendente, é mostrar a população que os passeios devem ter o acesso livre para os pedestres e isso contribui inclusive para que o trânsito de veículos possa fluir de forma mais dinâmica.

Ele informou que a operação removeu na noite de ontem (4) cinco motocicletas na Faculdade Nobre (FAN) e dois carros na Faculdade Anísio Teixeira (FAT).

“Foi uma ação que serviu de alerta. Vamos buscar a melhor fórmula para resolver. Nós observamos, muitas vezes, que em algumas situações se pensa no prédio, na localização, em todo conforto, mas, muitas vezes, por uma questão de cultura, esquecemos de não enxergar a necessidade de haver esses espaços porque a via é pública. As pessoas, sejam elas alunos, clientes de hospitais, pacientes, clientes de banco, precisam ter a segurança de ter onde estacionar. Isso com certeza serviu para alertar e a SMT, como tem feito um trabalho muito forte, buscou soluções com projetos bem sucedidos nas escolas de Feira de Santana, como o projeto “Via livre, educação para seguir”. Vamos conversar com a direção dessas instituições e chegarmos ao denominador comum”, disse.

Maurício Carvalho frisou ainda que as pessoas que tiveram os seus veículos apreendidos devem se dirigir ao posto avançado da empresa terceirizada que fica na área da SM, para buscar informações para documentação e a reiterada dos veículos.

Rachel Pinto

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