Deputado federal Osmar Prado disse que o lockdown não adianta e é apenas uma decisão política

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Em todo o país, o crescimento do número de casos de covid-19 e a lotação de leitos hospitalares disponíveis para casos graves da doença têm feito com que os governos estaduais estabeleçam medidas mais restritivas ao comércio e a atividades consideradas não essenciais. A tentativa é conter a doença que, no último ano, matou 257.361 pessoas no Brasil.

O médico e deputado federal pelo Rio Grande do Sul Osmar Terra (MDB), que também já foi ministro dos governos Temer e Bolsonaro, tem sido um crítico à política do isolamento social, desde o início da pandemia. Ao Bom Dia Feira, na manhã desta quarta-feira (03), o deputado afirmou que o fechamento do comércio e lockdown nunca funcionou.

‘Ficar em casa, fechar o comércio, isso nunca adiantou, primeiro que nunca foi feito, é a primeira vez que trancam pessoas sadias em casa, assustam todo mundo sem explicar nada, orientar nada, não criam protocolo para proteção dentro e fora de casa, em um ano, eu pergunto, qual foi o efeito que teve? Do que adiantou trancar tudo? Não adiantou nada’, pontua.

De acordo com ele, as restrições de circulação e funcionamento de atividades comerciais não tem relação direta com o aumento dos casos de Covid-19.

‘O que nós temos visto é uma cepa nova do vírus que contamina mais rápido, o vírus subiu no tempo que todo vírus sobe, não estou subestimando as mortes, todos tem uma agressividade natural que crescem, vão adiante, fazem o estrago e terminam de forma natural, sem intervenção. Agora cresceu o contágio porque nesses lugares houve o aumento do contágio com uma cepa nova que é o que está produzindo essa maior contaminação, o vírus já está em toda a parte, achar que é culpa do comércio, é não conhecer o que é uma epidemia, depois que o vírus já está disseminado, de nada adianta esse controle, o que se tem que fazer é proteger o grupo de risco e ter um protocolo para dentro de casa porque é onde acontece o maior contágio, essa história de fique em casa é uma ficção’, defende.

Para Osmar, as medidas restritivas que estão sendo tomadas na Bahia pelo governador Rui Costa e demais estados brasileiros são uma decisão política e não tem relação com a ciência.

‘Politicamente, fechar estabelecimentos é a única maneira de mostrar à população que está tomando medidas duras, firmes, porque se abrir, vai significar que não se está mais dando bola para a pandemia, é uma decisão política e não científica, só que nessa hora nós temos que nos guiar pela ciência e não por questões políticas de recuperar popularidade, tomando medidas duras e deixando a população assustada em casa porque não está funcionando, vai fechar e vai continuar aumentando’, relata.

O deputado destaca ainda que produzir vacinas contra a doença é importante e está sendo feito, mas não é a imunização que acabará com a pandemia mundial.

‘Em nenhum lugar do mundo, a vacina será determinante, as vacinas são muito importantes, devem ser feitas, mas elas têm o objetivo mais de prevenir surtos futuros do que encerrar o surto no presente, aliás, nunca se conseguiu produzir uma vacina em tempo hábil para interferir na pandemia, a vacina está sendo feita, mas o que vai encerrar o surto não é a vacina, é a quantidade de pessoas que já tem vacinadas pelo próprio vírus, estamos com milhões de pessoas imunizadas naturalmente pelo vírus após ter pego e serem curadas, além das vacinadas, estamos perto da imunidade de rebanho quando o vírus não vai ter mais capacidade de contaminar e vai desaparecendo. O governo colocou R$ 20 bi no orçamento, já disponível, para compra de vacinas, o que dá para vacinar quase duas vezes a população do Brasil, o problema todo é que as vacinas no mundo estão tendo uma demanda gigantesca e só alguns lugares produzem, essa vacinação total vai demorar meses e não só no Brasil, em todo o mundo’, afirma.

A melhor opção, segundo ele, é promover a conscientização da população com as formas de prevenir as contaminações em todos os ambientes, inclusive em casa.

‘Quem lida com pessoas idosas, pessoas que são da zona de risco, tem que usar máscara em casa, se as gotículas de salivas que contaminam, isso fica flutuando pelo ar em casa e as pessoas vão se contaminando, se tem um que não sente nada, e a maioria não sente, vai contaminar todo mundo, por isso o contágio em casa é maior que no trabalho por exemplo, por isso é importante informar como essas pessoas devem se proteger em casa e não trancar todo mundo. É preciso evitar aglomerações, mas levando uma vida mais normal possível’.

O político opina que, mesmo diante da atual alta nas taxas da doença, a pandemia no Brasil deve acabar ainda neste ano.

‘Isso vai ser em poucas semanas agora, por volta de maio, abril, junho vai terminando a pandemia no Brasil, vai terminando por estados, alguns que tiveram maior circulação do vírus, acabam antes e os que tiveram menor circulação, como na Bahia, acabarão depois’, diz.

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