Delação da Odebrecht envolve 39 deputados; veja quem são os citados

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O ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, autorizou a Procuradoria Geral da República (PGR) a investigar 39 deputados, além de 8 ministros e 3 governadores. Os pedidos se baseiam na chamada lista de Janot, feita com base em delações de ex-executivos da Odebrecht.

 A LISTA DE FACHIN: veja quem será investigado e o que eles dizem

 Rodrigo Maia (DEM-RM), presidente da Câmara

 Qual a suspeita: Ele é citado em dois inquéritos de Fachin. Em um deles, segundo delação de Benedicto Barbosa, João Borba Filho, Cláudio Melo Filho, Carlos José de Souza Filho e Luiza Eduardo da Rocha Soares, ele é suspeito de receber R$ 950 mil da Odebrecht durante as eleições de 2008 e 2010, além de receber pagamento para a aprovação de medida provisória e na eleição de 2014. No outro inquérito, baseado em delações de Marcelo e Emílio Odebrecht, Carlos Melo Filho e José de Carvalho Filho, Maia é suspeito de receber R$ 100 mil da Odebrecht em vantagem indevida em troca da aprovação de três medidas provisórias que beneficiaram a empresa.

O que ele diz: Em entrevista, diz que confia na Justiça e que vai continuar confiando sempre. Afirma ainda que as citações de delatores são falsas e os inquéritos serão arquivados. Segundo ele, MP e Justiça estão fazendo seu papel de forma competente.

Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho da Força, deputado federal

Qual a suspeita: O deputado é suspeito de corrupção passiva, ativa e lavagem de dinheiro. Ele teria recebido R$ 1 milhão em pagamentos indevidos da Odebrecht para a sua campanha eleitoral à Câmara dos Deputados em 2014 e também teria recebido R$ 200 mil para outra campanha eleitoral, de 2010.

O que ele diz: A assessoria informa que o deputado vai se manifestar quando tiver informações oficiais.

Marco Maia (PT-RS), deputado federal

Qual a suspeita: O deputado Marco Maia é suspeito de falsidade ideológica eleitoral. Ele teria recebido R$ 1,35 milhão em pagamentos indevidos da Odebrecht para sua campanha eleitoral à Câmara dos Deputados em 2014.

O que ele diz: O deputado diz que a lista é uma grande mentira e que em nenhum momento fez algum contato ou pedido à Odebrecht. Ele afirma que pretende processar todos os que o citaram e também entrar com um pedido no STF para saber do que é acusado.

Carlos Zarattini (PT-SP), deputado federal

Qual a suspeita: O deputado é suspeito de receber pagamentos indevidos em 2010 e 2012. Ele teria recebido R$ 50 mil em pagamentos indevidos da Odebrecht para campanhas eleitorais em 2010 e também seria beneficiário, juntamente com Cândidato Vacarezza, de pagamentos de R$ 5 milhões, que fariam parte de um crédito de R$ 27 milhões em benefício do PT, realizado em 2012.

O que ele diz: A assessoria de imprensa informa que ele não vai se pronunciar.

João Carlos Bacelar (PR-BA), deputado federal

Qual a suspeita: O deputado é suspeito de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e violação de sigilo funcional. Ele teria atendido pedidos em prol da MP 558 e para evitar convocações de representantes da empresa Santo Antônio Energia em CPI e também de ter solicitado vantagem indevida à Odebrecht Realizações Imobiliárias (OR), em 2012.

O que ele diz: O deputado diz que as acusações não são verdadeiras e que ele confia no poder Judiciário.

Milton Monti (PR-SP), deputado federal

Qual é a suspeita: O deputado federal Milton Monti (PR-SP) é suspeito de corrupção passiva, ativa e de lavagem de dinheiro, tendo recebido propina da Odebrecht na execução da Ferrovia Norte-Sul, em 2008 e 2009, segundo inquérito autorizado pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).

O que ele diz: Por meio de nota, o deputado informa que sempre agiu de acordo com a lei e que todas as doações das campanhas eleitorais foram feitas legalmente. “É bom que se apure porque assim a inocência dele será comprovada.”

José Carlos Aleluia (DEM-BA), deputado federal

Qual a suspeita: O deputado federal José Carlos Aleluia (DEM-BA) é suspeito de corrupção passiva e ativa. Ele teria recebido via caixa 2 R$ 300 mil nas eleições de 2010, além de doação legal de R$ 280 mil nas eleições de 2014.

O que ele diz: “O ministro Fachin autorizou investigar todos, sem distinção, e fez bem. Todo homem público tem que estar ponto para ser investigado. Estou tanquilo e convicto de que esse procedimento vai ser arquivado. Todas as doações de campanha que recebi foram legais e estão declaradas.”

Daniel Almeida (PCdoB-BA), deputado federal

Qual a suspeita: É suspeito de corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro, tendo recebido um repasse não registrado em R$ 300 mil em 2012 para favorecer a Odebrecht. O delator não identificado afirmou que o repasse foi recebido na campanha do candidato Isaac Carvalho à Prefeitura de Juazeiro. De acordo com ele, a Odebrecth tinha interesse em realizar obras de saneamento naquele município. Já outros delatores, também não identificados, disseram que, em outra ocasião, o parlamentar recebeu R$ 100 mil, pagamento que teria sido feito em um posto em Salvador. O inquérito informa que esse pagamento também não foi registrado.

O que ele diz: “Sobre as notícias citando o meu nome em possível investigação no STF, não tenho nada a temer. Os baianos e os brasileiros conhecem minha trajetória de mais de 30 anos de atividade pública. Se algum inquérito for aberto, tenho total convicção que o destino será o arquivamento.”

Mário Negromonte Jr. (PP-BA), deputado federal

Qual a suspeita: É suspeito de receber R$ 200 mil em doações não contabilizadas para a campanha eleitoral de 2014.

O que ele diz: Por telefone, o deputado Mário Negromonte Júnior disse que só irá comentar após ter conhecimento da íntegra da denúncia. “Eu ainda não estive com meu advogado. Assim que tiver uma posição, eu divulgo uma nota. Primeiro, preciso saber o que é.”

Nelson Pellegrino (PT-BA), deputado federal

Qual a suspeita: É suspeito de falsidade ideológica eleitoral por ter recebido um rapasse de R$ 1,5 milhão da Odebrecht em 2012, sendo R$ 1,3 milhão via caixa 2. De acordo com um delator não identificado no inquérito, Nelson Pellegrino recebeu o repasse de R$ 1,5 milhão “a pretexto de auxílio à campanha eleitoral”. Desse total, apenas R$ 200 mil teriam sido transferidos de forma oficial.

O que ele diz: “Estou tranquilo. Meu advogado vai requerer o conteúdo ao STF e, após o conhecimento dos termos, me manifestarei.”

Jutahy Júnior (PSDB-BA), deputado federal

Qual a suspeita: Jutahy Júnior é suspeito de receber R$ 850 mil em doações não contabilizadas para campanhas entre os anos de 2010 e 2014.

O que ele diz: “Tenho absoluta convicção de que esse procedimento será arquivado porque, simplesmente, não tenho nada a ver com a Lava Jato”.

Maria do Rosário (PT-RS), deputada federal

Qual a suspeita: Maria do Rosário é suspeita de ter recebido R$ 150 mil da Odebrecht via caixa 2 durante a corrida eleitorial de 2010. Ela foi citada na delação do ex-diretor da empreiteira Alexandrino de Salles Ramos de Alencar.

O que ela diz: “Quem não deve, não teme. A medida é uma mera autorização do STF para apuração dos fatos sobre as delações da Odebrecht. No entanto a mera citação de meu nome me deixa indignada. Não me calarei frente a este episódio e não me afastarei um milímetro sequer das causas em que acredito e que o nosso trabalho representa. Vou disponibilizar meus sigilos fiscal, bancário e telefônico ao STF, tamanha é minha tranquilidade. Meu nome e minha vida não estão à disposição para serem enxovalhados por ninguém em nenhum lugar.”

Ônix Lorenzoni (DEM-RS), deputado federal

Qual a suspeita: Onyx Lorenzoni é suspeito de ter recebido R$ 175 mil da Odebrecht via caixa 2 durante a campanha eleitoral de 2006. Ele foi citado na delação do ex-diretor da empreiteira Alexandrino de Salles Ramos de Alencar.

O que ele diz: O deputado afirma que recebeu com surpresa a informação e que foi injusta e indevidamente citado. Ele diz também que já pediu ao advogado para que entre com requerimento para saber do que é acusado.

Vicente Paulo da Silva (PT-SP), o Vicentinho, deputado federal

Qual a suspeita: Deputado federal Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, (PT-SP), é suspeito de ter recebido doação, no valor de R$ 30 mil, não contabilizada para a campanha eleitoral de 2010. Ele será investigado por falsidade ideológica eleitoral, de acordo com o inquérito.

O que ele diz: “É uma surpresa. Meus projetos são, inclusive, contra a própria Odebrecht. Eu defendendo o direito dos trabalhadores. Nunca fiz acordo com eles e não sou corrupto”.

Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), deputado federal

Qual a suspeita: Arthur Oliveira Maia é suspeito de receber R$ 200 mil em doações não contabilizadas para campanha eleitoral.

O que ele diz: “Em relação ao pedido de abertura de inquérito referente à delação da Odebrecht, informo que não há nenhuma acusação contra minha pessoa, mas apenas a alegação de suposta irregularidade na prestação de contas da minha campanha eleitoral de 2010. Reitero que todas as doações de campanha que recebi estão de acordo com a lei e devidamente declaradas e aprovadas pelo TRE-BA”.

Yeda Crusius (PSDB-RS), deputada federal

Qual a denúncia: Yeda Crusius é investigada por corrupção passiva, ativa e lavagem de dinheiro. Ela é suspeita de ter recebido vantagens nas campanhas ao governo do RS em 2006 e 2010 para favorecer a Odebrecht. Somados, os valores recebidos chegariam a R$ 1,75 milhão. De acordo com o Ministério Público, em 2006 foram R$ 200 mil por meio de doação oficial e mais R$ 400 mil por meio do setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, conhecido como “departamento da propina”. Em 2010, foram R$ 600 mil em doações oficiais e R$ 550 mil não declarados, por meio do setor. Os repasses, ainda de acordo com o MP, eram feitos para que a Braskem, empresa controlada pelo Grupo Odebrecht, continuasse recuperando créditos do ICMS no Rio Grande do Sul.

O que ela diz: “A todos os que buscam minha manifestação: o ministro Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, ofereceu hoje listas de centenas de pessoas indicadas pelo PGR Rodrigo Janot para abertura de inquérito. Numa delas consta meu nome. Transparência é fundamental, e aguardamos ainda o levantamento do sigilo das delações que embasaram a decisão do Procurador Janot e do Ministro Fachin. Embora desconhecendo ainda as razões que o levaram a elaborar estas listas, considero fundamental tanto a Lava Jato quanto o trabalho do Supremo para que os inquéritos hoje autorizados sejam feitos e concluídos com a celeridade requerida por mim e por toda a população brasileira, separando o joio do trigo e promovendo a Justiça de que tanto o país precisa. Caso contrário cria-se a imagem de que todos os políticos são iguais. E não somos.”

Paulo Henrique Lustosa (PP-CE), deputado federal

Qual a suspeita: Paulo Henrique Lustosa é suspeito de ter recebido R$ 100 mil não declarados (caixa 2) da Odebrecht durante a campanha de 2010. Ele foi citado nas delações dos ex-executivos José de Carvalho Filho e Cláudio Melo Filho. Seu codinome no sistema de controle dos repasses da empreiteira seria “Educador”.

O que ele diz: Paulo Henrique Lustosa diz que acreditou ter recebido doação de campanha para o partido e não de caixa 2, como citado na delação Odebrecht.

José Reinaldo (PSB-MA), deputado federal

Qual a suspeita: É suspeito de ter sido conivente, quando era governador do Maranhão, com suposta propina recebida da Odebrecht pelo então procurador-geral de seu estado, Ulisses César Martins de Sousa.

O que ele diz: O deputado disse não ter citado mencionado por nenhum dos muitos delatores ou colaboradores. Segundo o parlamentar, eles apenas se referiram à suposta conduta de um auxiliar seu, quando exerceu o cargo de governador do Maranhão. O deputado afirmou ainda que a circunstância demanda apuração aprofundada.

João Paulo Papa (PSDB-SP), deputado federal

Qual a suspeita: Os delatores Benedicto Barbosa da Silva Júnior e Luiz Antônio Bueno Júnior afirmaram que Papa recebeu dois repasses por meio do setor de operações estruturadas da Odebrecht, cada um no valor de R$ 300 mil, em 2012 e 2014. Segundo os delatores, o pagamento foi feito devido ao protagonismo político do parlamentar em Santos-SP e no PSDB, o que poderia auxiliar os interesses do Grupo Odebrecht em oportunidades futuras.

O que ele diz: “Assim que tomar conhecimento do processo, poderei me manifestar. Em 30 anos de vida pública e três eleições, tive todas as prestações de contas aprovadas pela Justiça Eleitoral.”

Vander Loubet (PT-MS), deputado federal

Qual a suspeita: Segundo declaração do delator Alexandrino de Salles Ramos Alencar, executivo da Odebrecht, Loubet recebeu da empreiteira um repasse de R$ 50 mil para sua campanha eleitoral à Câmara dos Deputados em 2010 como recurso não contabilizado. Segundo o delator, o pagamento foi feito por meio do setor de operações estruturadas do Grupo Odebrecht.

O que ele diz: “Ele informa que vai aguardar a manifestação oficial do Supremo Tribunal Federal (STF) para se pronunciar acerca da informação de abertura de inquérito […]. O parlamentar reforça que todas as contribuições recebidas em campanha eleitoral foram devidamente oficializadas em prestações de contas aprovadas pela Justiça Eleitoral.”

Rodrigo Garcia (DEM-SP), deputado federal

Qual a suspeita: Segundo declarações dos delatores Carlos Armando Guedes Paschoal e Benedicto Barbosa da Silva Júnior, ex-executivos da Odebrecht, Garcia recebeu um repasse não contabilizado da empreiteira a pretexto de auxílio à campanha eleitoral em 2010. O repasse ao deputado, identificado no sistema da empreiteira como “Suíça”, foi feito por meio do setor de operações estruturadas da empresa.

O que ele diz: “Jamais recebi doação não contabilizada em minhas campanhas eleitorais. Sou o maior interessado para que esse assunto seja esclarecido o mais breve possível.”

Cacá Leão (PP-BA), deputado federal

Qual a suspeita: O deputado federal Carlos Felipe Vazquez de Souza Leão, Cacá Leão (PP-BA), é suspeito de ter recebido R$ 30 mil para a campanha eleitoral de 2014 por meio do departamento de propinas da Odebrecht.

O que ele diz: “A divulgação ainda não é oficial e o STF nem referendou nem desmentiu a informação. Então, em primeiro lugar, é preciso esperar o STF se pronunciar. De qualquer maneira, recebi com surpresa, mas também tenho toda a tranquilidade do mundo de que todos os recursos q recebi na campanha de 2014 estão em minha prestação oficial de contas, que foi aprovada pelo Tribunal de Contas. Apoio as investigações e não tenho medo nenhum do processo”.

Celso Russomanno (PRB-SP), deputado federal

Qual a supeita: É suspeito de ter recebido da Odebrecht a quantia não contabilizada de R$ 50 mil não contabilizados na campanha eleitoral de 2010. De acordo com os delatores Benedicto Barbosa da Silva Júnior e Carlos Armando Paschoal, os R$ 50 mil teriam sido repassados a Russomano pelo Setor de Operação Estruturadas do Grupo Odebrecht. O inquérito cita que a quantia foi “registrada no sistema Drousys com a identificação do beneficiário com o apelido ‘Itacaré'”.

O que ele diz: “Tomei ciência da notícia de que estou sendo alvo da abertura de um inquérito, pois dois delatores afirmam terem doado R$ 50 mil para minha campanha de deputado federal em 2010 e não ter sido contabilizada na prestação de contas. Eles falseiam com a verdade, pois não fui candidato a deputado federal e sim ao governo do estado, portanto esta informação é falsa. Na minha campanha de 2010, havia pessoas responsáveis pelo financeiro da campanha, e se alguém recebeu os R$ 50 mil não contabilizados, quero saber quem foi, pois será responsabilizado civil e criminalmente. Os delatores têm a obrigação de informar para quem foi entregue o suposto valor. Coloco imediatamente à disposição de qualquer pessoa ou jornalista meus sigilos bancário, fiscal e telefônico desde 1995, quando iniciei minha vida política. Em absolutamente nenhuma das minhas campanhas, tanto para deputado federal quanto para o Executivo, recebi doação em meu nome, como pessoa física, de qualquer empresa ligada ao grupo Odebrecht. E todas as doações feitas ao meu partido estão devidamente registradas na prestação de contas à Justiça Eleitoral. Tenho minha consciência tranquila. Minha honra e minha trajetória integra e transparente na vida pública ao longo de mais de 20 anos falam por mim.”

Dimas Fabiano Toledo (PP-MG), deputado federal

Qual a suspeita: Segundo declarações dos delatores Benedicto Barbosa da Silva Júnior, Sérgio Luiz Neves e Marcelo Odebrecht, Dimas Fabiano Toledo é suspeito de crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e corrupção ativa ao lado do senador Aécio Neves. Os delatores relatam que, em 2014, pagaram vantagens indevidas a pretexto de campanhas eleitorais de Aécio Neves e de vários outros parlamentares, incluindo Dimas Fabiano Toledo.

O que ele diz: Dimas Fabiano diz que jamais manteve contato com qualquer executivo da Odebrecht, não tendo sido destinatário de recursos alegadamente doados ou disponibilizados pela referida empresa. “A eventual utilização do nome do deputado por terceiros com propósitos espúrios – seja para solicitar recursos, seja para obter benefícios em delação – é prática absolutamente irresponsável e criminosa.”

Pedro Paulo (PMDB-RJ), deputado federal

Qual a suspeita: Pedro Paulo é acusado de receber da Odebrecht R$ 3 milhões para sua campanha eleitoral para deputado federal em 2010 e de receber, em 2014, R$ 300 mil “de maneira oculta” para campanha à prefeitura.

O que ele diz: O deputado Pedro Paulo negou ter recebido doações da Odebrecht e afirmou que nunca teve relação com nenhum dos delatores. Pedro Paulo disse ainda que os executivos da empreiteira precisam provar quando e quem recebeu dinheiro, indevidamente, no nome dele.

Lúcio Vieira Lima (PDMB-BA), deputado federal

Qual a suspeita: Segundo declarações dos delatores Alexandrino de Salles Ramos de Alencar, Cláudio Melo Filho, Emílio Alves Odebrecht, José de Carvalho Filho e Marcelo Bahia Odebrecht, Lima teria recebido R$ 1 milhão da Odebrecht com o objetivo de obter aprovação de legislação favorável aos interesses da companhia. De acordo com os delatores, o repasse foi feito por meio do setor de operações estruturadas do Grupo Odebrecht.

O que ele diz: O deputado não irá comentar.

Daniel Vilela (PMDB-GO), deputado federal

Qual a suspeita: Daniel Vilela é suspeito de receber repasse não contabilizado de R$ 1 milhão para financiar sua campanha para deputado federal em 2014, segundo inquérito autorizado pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Quantia foi requisitada pelo seu pai Luiz Alberto Maguito Vilela, então prefeito de Aparecida de Goiás (GO), para manter contratos com o Grupo Odebrecht em obras de saneamento básico da cidade.

O que ele diz: Uma nota conjunta foi divulgada pelo ex-prefeito Maguito Vilela e pelo deputado Daniel Vilela (PMDB): “As campanhas de Maguito Vilela, em 2012, e de Daniel Vilela, em 2014, foram feitas inteiramente com recursos contabilizados conforme determina o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e aprovadas pela referida Corte. As prestações de contas estão disponíveis no site do TSE. Maguito e Daniel afirmam que nunca estiveram, nunca falaram, e sequer conhecem os delatores. Ambos refutam qualquer acusação.”

Alfredo Nascimento (PR-AM), deputado federal

Qual a suspeita: Segundo declarações dos delatores Benedicto Barbosa da Silva Júnior, José de Carvalho Filho, João Antônio Pacífico Ferreira e Paulo Falcão, Nascimento pediu uma “ajuda financeira” para sua campanha eleitoral no valor de R$ 200 mil durante uma reunião feita a pedido do deputado federal Milton Monti enquanto Nascimento era Ministro dos Transportes, em 2006. De acordo com os delatores, o repassse foi feito pela Odebrecht por meio de recursos não contabilizados. Nascimento é suspeito de cometer corrupção passiva, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

O que ele diz: a assessoria do deputado informou que ele não irá se pronunciar, pois não foi notificado.

José Carlos Becker de Oliveira e Silva, o Zeca Dirceu (PT-SP), deputado federal

Qual a suspeita: O deputado federal José Carlos Becker de Oliveira e Silva, o Zeca Dirceu, é suspeito de receber repasse não contabilizado de duas quantias de R$ 250 mil cada para financiar suas campanhas eleitorais nos anos de 2010 e 2014, segundo inquérito autorizado pelo ministro Edson Fachin. Os pedidos de repasse teriam sido feitos a pedido de seu pai, o ex-ministro petista José Dirceu.

O que ele diz: O deputado reitera que não há e nunca houve qualquer tipo de tratativa do parlamentar junto às diretorias da Petrobras e/ou às empresas investigadas na Lava Jato. “Apesar das inúmeras investigações em andamento há vários anos, não existe sequer uma única ligação, e-mail, contato, agenda de reunião, testemunho, delação ou coisa parecida em relação a qualquer atitude do parlamentar que o ligue ao assunto Petrobras / Lava Jato ou a qualquer tipo de ilegalidade. É importante destacar que nunca houve qualquer pedido do parlamentar a envolvidos na Lava Jato, fato já testemunhado por vários outros delatores e agora comprovado pelo próprio delator Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis. Todas as doações recebidas nas campanhas de 2010 e de 2014 foram legais, declaradas e aprovadas pela Justiça Eleitoral sem ressalvas. Os nomes dos doadores são de conhecimento público desde 2010, divulgados constantemente pelos órgãos de imprensa. O deputado reforça sua confiança no Supremo Tribunal Federal e no trabalho de investigação da Polícia Federal.”

Heberte Lamarck Gomes Da Silva, o Betinho Gomes (PSDB-PE), deputado federal

Qual a suspeita: O deputado federal Heberte Lamarck Gomes Da Silva (PSDB-PE), o Betinho Gomes, é suspeito de receber duas quantias em vantagens indevidas: R$ 75 mil quando candidato à prefeitura de Cabo de Santo Agostinho (PE) em 2012, e R$ 100 mil já como parlamentar em 2014, segundo inquérito autorizado pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Dinheiro foi repassado para que a Odebrecht fosse favorecida em empreendimento imobiliário na cidade.

O que ele diz: “O parlamentar esclarece que teve todas as contas de campanha contabilizadas e aprovadas pela Justiça Eleitoral; pedirá acesso à íntegra do referido inquérito; jamais defendeu interesses privados em detrimento do interesse público; nunca teve encontros com os referidos delatores mencionados pela imprensa; tem total interesse que o caso seja o mais rapidamente esclarecido.”

José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT (PT-MS), deputado federal

Qual a suspeita: O deputado federal José Orcírio Miranda dos Santos (PT-MS), o Zeca do PT, é suspeito de receber R$ 400 mil durante campanha ao governo do Mato Grosso do Sul em 2006, segundo inquérito autorizado pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). O relato aponta que, com a desistência de Zeca do PT, os valores teriam sido repassados ao ex-senador Delcídio do Amaral, que foi o candidato do partido ao governo estadual.

O que ele diz: “Tomei conhecimento agora há pouco do inteiro teor da denúncia contra minha pessoa acatada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Diz a denúncia, que o delator do Grupo Odebrecht se refere a um pagamento de R$ 400 mil para minha campanha a Governador em 2006. Em seguida diz o mesmo delator, que tendo ocorrido minha desistência da candidatura naquela eleição, o referido valor foi repassado ao Senador Delcídio, candidato do PT ao governo, com o qual mantinha detalhadas reuniões, segundo o mesmo delator. Ocorre ai um erro enorme. Fui eleito governador em 1998 e reeleito em 2002. Portanto em 2006 estava impedido de ser candidato a governador e não disputei nenhum cargo naquela eleição. Apoiei o nosso candidato, mas não tive nenhuma outra responsabilidade, seja de captação, seja de prestação de contas junto a Justiça Eleitoral. Esperando ter esclarecido a opinião pública, peço reparação da injustiça cometida nesta denúncia.”

Vicente Cândido (PT-SP), deputado federal

Qual a suspeita: O deputado é suspeito de pedir e obter vantagem indevida em 2010 para sua campanha eleitoral para o cargo de deputado federal. Ele teria recebido o valor R$ 50 mil, repassado pelo Grupo Odebrecht, que teria interesse em apoio para o financiamento do estádio do Corinthians.

O que ele diz: G1 tentou contato com assessora dele, que não atendeu.

Júlio Lopes (PP-RJ), deputado federal

Qual a suspeita: O deputado federal Júlio Luiz Baptista Lopes é acusado de ter solicitado o pagamento de vantagem indevida em obras da Odebrecht, lideradas pela construtora Queiroz Galvão, quando exercia a função de Secretário de Transportes do Rio de Janeiro. Depois, como Secretário de Obras do Estado do Rio de Janeiro, ele teria recebido R$ 4 milhões do colaborador Marcos Vidigal do Amaral, por meio do Setor de Operações Estruturadas.

O que ele diz: “Sobre a autorização do ministro Edson Fachin para abertura de inquérito para investigar o deputado Julio Lopes, informo: O deputado Julio Lopes confia no trabalho das instituições e se coloca à disposição da Justiça para colaborar com informações que vão esclarecer todos os fatos. O parlamentar reitera que todas as suas contas eleitorais foram aprovadas pela Justiça.”

Fábio Faria (PSD-RN), deputado federal

Qual a denúncia: O deputado Fábio Faria (PSD-RN) é suspeito de receber recursos da Odebrecht Ambiental via caixa 2 para abastecer sua campanha eleitoral em 2010, segundo inquérito autorizado pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).

O que ele diz: O G1 entrou em contato com a assessoria do deputado, que ainda não se pronunciou.

Heráclito Fortes (PSB-PI), deputado federal

Qual a suspeita: O deputado federal Heráclito de Sousa Fortes é suspeito de ter recebido vantagem não contabilizada na campanha eleitoral de 2010, quando era candidato ao Senado. De acordo com as declarações dos colaboradores Cláudio Melo Filho e José de Carvalho Filho, teriam sido repassados R$ 200 mil por meio de pagamento efetuado pelo Setor de Operações Estruturados da Odebrecht.

O que ele diz: “Ele não tem conhecimento dos termos do pedido de abertura de inquérito formulado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Não pode, portanto, se manifestar acerca da reportagem do jornal O Estado de S.Paulo sem ser leviano e especulativo.”

Beto Mansur (PRB-SP), deputado federal

Qual a suspeita: O deputado federal Paulo Roberto Gomes Mansur, conhecido como Beto Mansur, é acusado de receber pagamento de valores da Odebrecht, a pretexto de campanha eleitoral, para favorecer interesses da construtora em Santos (SP) – cidade onde o político foi prefeito de 1997 a 2004. Segundo o inquérito autorizado por Fachin, existem indícios de falsidade documental.

O que ele diz: “Recebi doações feitas por empresas, dentre elas a Odebrecht, para minha campanha eleitoral. Essas doações foram efetuadas dentro da legislação vigente à época. Todas essas doações constam da minha prestação de contas, aprovada pela Justiça Eleitoral, com o nome da empresa, CNPJ, data e valor. Não há nada de errado e tudo foi feito com transparência e rigorosamente dentro da lei.”

Antônio Brito (PSD-BA), deputado federal

Qual a suspeita: O deputado federal Antônio Luiz Paranhos Ribeiro Leite de Brito (PSD-BA) é acusado de receber apoio financeiro da Odebrecht, nas eleições de 2010. O colaborador José de Carvalho Filho teria repassado R$ 100 mil para a campanha do político. Segundo inquérito autorizado pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), existem indícios de falsidade documental. O pai de Antônio, Edvaldo Pereira de Brito, então candidato ao cargo de senador pela Bahia em 2010, também é suspeito de ter recebido dinheiro da construtora. No caso dele, a quantia teria sido de R$ 200 mil.

O que ele diz: “Antonio Brito e Edvaldo Brito declaram que recebem a notícia da autorização para apuração dos fatos relativos à eleição de 2010 com total serenidade, uma vez que se trata de procedimento legal, no qual será possível apurar a verdade dos fatos. Destacam, ainda, que doações eleitorais recebidas, relativas a campanha de 2010, foram declaradas e aprovadas nas prestações de contas ao TSE.”

Décio Lima (PT-SC), deputado federal

Qual a suspeita: O deputado Décio Lima é suspeito de pedir que a Odebrecht abastecesse o caixa 2 da campanha de sua esposa, Ana Paula Lima, durante a corrida eleitoral de 2012 para a prefeitura de Blumenau (SC), segundo o inquérito autorizado por Fachin.

O que ele diz: “Em relação a menção do meu nome nas investigações do Supremo Tribunal Federal, recebo com tranquilidade, uma vez que confio que a verdade prevalecerá e a justiça será feita. Declaro que sou o maior interessado no esclarecimento de toda esta situação. É importante destacar que não sou réu nem investigado em nenhum processo da Lava Jato. A minha vida pública sempre foi pautada pela ética, lisura e transparência e a minha história demonstra a preocupação com a legalidade de todos os meus atos.”

Arlindo Chinaglia (PT-SP), deputado federal

Qual a suspeita: O deputado Arlindo Chinaglia é suspeito de cobrar propina da Odebrecht para facilitar a licitação da Unisa Hidrelétrica de Santo Antônio, segundo o inquérito autorizado por Fachin. Os valores teriam chegado a R$ 10 milhões, de acordo com Henrique Serrano do Prado Valladares, ex-vice-presidente da Odebrecht; Augusto Roque Dias Fernandes Filho, diretor superintendente da Odebrecht; José de Carvalho Filho, ex-diretor da Odebrech; e Benedicto Barbosa da Silva Júnior, o “BJ”, ex-presidente da Odebrecht.

O que ele diz: “Frente à divulgação de uma lista em que o nome do deputado de forma surpreendente aparece, e por não saber onde e de que maneira foi citado, o deputado está determinado a buscar, junto ao Supremo Tribunal Federal, todas as informações para que a verdade prevaleça.”

Reprodução | G1

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