Clássico: Como chegam Flamengo e Vasco ao duelo desta quinta

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Ao longo dos quase 100 anos de história, o duelo entre Flamengo e Vasco se tornou o “Clássico dos Milhões” pela capacidade de mobilizar multidões. Os adversários desta quinta, no Maracanã, pelo Carioca, no entanto, vivem momentos distintos. Atualmente, são os milhões de reais que os distanciam. Além disso, um aposta na manutenção, enquanto o outro passa por reformulação.

O Flamengo tem uma folha salarial aproximadamente sete vezes maior do que a do Vasco, que reduziu suas despesas com o elenco em torno de 35% após a queda para a Série B. A diretoria estima que perderá cerca de R$ 100 milhões em receitas por causa do rebaixamento. Em 2021, a receita deve ficar na casa de R$ 100 milhões, segundo as contas da direção. No balanço do ano passado, por exemplo, o clube previa R$ 324 milhões, documento elaborada na na gestão do ex-presidente Alexandre Campello.

Para 2021, o Flamengo tem previsão de renda bruta de R$ 953 milhões, mas há o risco enorme de não conseguir alcançar este valor por causa dos problemas com bilheteria e sócio-torcedor.

O cenário nem foi sempre esse. Há algumas décadas os duelos entre Vasco e Flamengo eram equilibrados dentro e fora de campo. Atual presidente do Vasco, Jorge Salgado é figura emblemática nesse contexto. Responsável por tentar a reestruturação do clube de São Januário nos dias de hoje, o dirigente era o vice de finanças quando o Vasco comprou à vista o passe de Bebeto e o tirou do Flamengo, em 1989.

Pouco mais de 30 anos depois, o cenário é bem diferente, e o poder financeiro tem se refletido em campo. Nesta quinta, ao entrar no gramado do Maracanã, o Flamengo defenderá uma série invicta de 17 partidas contra o rival, que não vence desde abril de 2016.

Como chegam os times para o clássico?

Após o título brasileiro, o Flamengo deu 17 dias de férias para seu elenco principal, enquanto um time B iniciou a disputa do Carioca. Os jogadores tiveram duas semanas de pré-temporada e até agora disputaram três jogos, contra Bangu, Madureira e Palmeiras, e conquistaram o título da Supercopa, no último domingo.

Flamengo levanta a taça da Supercopa 2021 — Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino

Com um grupo já considerado forte e por ter um orçamento mais curto para 2021, o clube até agora contratou apenas o zagueiro Bruno Viana e teve o retorno do volante Hugo Moura, que estava emprestado ao Coritiba. Natan foi negociado com o Bragantino e Thuler será emprestado ao Montpellier, da França, assim que a janela de transferência na Europa abrir.

Assim como o Flamengo, o Vasco deu alguns dias de folga para o grupo e iniciou o estadual com jogadores mais jovens e do sub-20. As semelhanças, no entanto, param por aí. Ao contrário do rival, o clube passa por uma enorme reformulação estrutural e no futebol. A começar pela comissão técnica, uma vez que Marcelo Cabo substituiu Vanderlei Luxemburgo após o rebaixamento no Brasileiro.

Vasco passa por reformulação

O elenco também passou por muitas mudanças. Fora dos planos, oito jogadores foram afastados: Pikachu, Léo Gil, Gustavo Torres, Henrique, Lucas Santos, Werley, Marcos Jr. e Neto Borges. Os três primeiros já deixaram o clube e os demais, com contrato, aguardam uma solução. Além deles, Benítez, Fernando Miguel foram negociados, enquanto Catatau e Marcelo Alves não tiveram seus contratos renovados.

Ernando, Marquinhos Gabriel e Zeca são apresentados no Vasco — Foto: Rafael Ribeiro/Vasco

Velhos conhecidos saíram, mas também pintaram muitas caras novas. Até o momento, o Vasco contratou sete reforços para temporada: Zeca, Ernando, Marquinhos Gabriel, Morato, Léo Jabá, Vanderlei e Rômulo. Os dois últimos ainda não estarão em campo no clássico. O clube ainda busca um lateral até o fim do Carioca. Com a queda de receitas, o desafio do diretor Alexandre Pássaro é qualificar o grupo gastando menos.

Ceni x Cabo, um confronto ainda sem vencedor

Uma das novidades do Vasco é no comando. Marcelo Cabo foi contratado para tentar recolocar o clube na Série A, e esta será a quinta vez que ele enfrenta Rogério Ceni. Nas quatro anteriores, todos os duelos terminaram empatados.

Em 2018, houve duas partidas pela Série B em que Fortaleza e CSA terminaram empatados. Ceni acabou campeão da competição, e Cabo na segunda posição, ambos com o acesso. No ano seguinte, mais um empate pela Copa do Nordeste.

O último duelo foi na Série A de 2020, com Ceni já no Flamengo e Cabo no Atlético-GO. O resultado foi 1 a 1, no Maracanã.

Se vencer nesta quinta, Rogério Ceni terá a chance de eliminar o Marcelo Cabo do Carioca.

Informações: Globo Esporte

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