Ameaças à prefeita de Cachoeira chamam atenção pela “violência política de gênero”, diz Julieta Palmeira

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A secretária estadual de Políticas para as Mulheres da Bahia, Julieta Palmeira, avalia que as ameaças à prefeita de Cachoeira, Recôncavo, Eliana Gonzaga (Republicanos), chamam atenção pela “violência política de gênero sofrida por uma mulher negra, eleita democraticamente”. Ela também reiterou que o governo da Bahia e os órgão do Estado estão mobilizados para elucidar os ataques à prefeita.

Palmeira participou nesta segunda-feira (10) da visita de uma comitiva de autoridades do Governo Federal e do Congresso Nacional no município, com o objetivo de acompanhar a investigação de denúncias de ameaça de morte à prefeita.A ocasião contou com a presença da ministra Damares Alves, titular do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

Em entrevista ao BNews, Palmeira descreveu o evento como suprapartidário, puxado pela secretaria da mulher da Câmara dos Deputados e que contou com o apoio de diversas autoridades do sistemas de justiça e segurança. “Vejo com uma demonstração de que nós não podemos permitir que se apequene essa luta por mais mulheres na política. É preciso entender que essa é uma luta suprapartidária, que deve envolver, estar acima de qualquer disputa politiqueira”, opinou.

Na avaliação da secretária, a democracia na cidade está ameaçada a partir do momento em que uma prefeita está sofrendo “pressão no exercício de seu mandato”. Desde abril deste ano, a prefeita eleita pelo Republicanos denuncia ameaças de morte que tem recebido desde que começou a campanha eleitoral que culminou na sua vitória.

“Isso é uma agressão à democracia, uma subtração da democracia. A prefeita e sua vice foram eleitas democraticamente pela população de Cachoeira. Entendo também que essa é uma manifestação grave de machismo e misoginia caracterizada por vários tipos de violência – uma delas a violência política”, avaliou.

Ela acrescenta que as ameaças, além de buscar desacreditar psicologicamente e moralmente a prefeita, também incluem agressões físicas e ameaças que interferem na sua integridade física na tentativa de amedrontá-la ou forçar uma renúncia. Palmeira também reforçou que Gonzaga conta com o apoio do ponto de vista da denúncia e apoio às apurações das ameaças.

A secretária destaca que a prefeita já foi ouvida em mais de uma ocasião e que a delegada-geral Heloísa Campos Brito está acompanhando a situação “bem de perto”. “Podem contar com o apoio do Governo da Bahia e os vários órgãos do estado – MInistério Público, Tribunal de Justiça e também Defensoria Pública no sentido de investigar essas agressões que a prefeita tem sofrido e que vão além”, concluiu.

Palmeira recorda também o assassinato de dois militantes, que eram bem ativos durante a campanha eleitoral pró-Gonzaga, entre o final de 2020 e março deste ano.

Informações: BNews

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