A vida dos pobres de Pompeia

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Novas descobertas arqueológicas foram feitas em uma residência luxuosa na Villa de Civita Giuliana, localizada ao norte de Pompeia na Itália, destruída a cerca de dois mil anos (79 dC) pela erupção do vulcão Vesúvio. Mais do que os objetos encontrados dentro de um pequeno quarto de 16 m2, revelaram-se fragmentos da vida cotidiana dos escravos da cidade. O diretor dos Museus da Itália, Massinmo Osanna, destaca o estudo sociológico que “permitirá descobrir novidades e interessantes informações sobre as condições de vida dos escravos em Pompeia e no mundo romano”.

Um esforço científico acontece em Civita Giuliana desde 2017. Antes disso, a cidade foi palco de frequentes saques. O resultado é que já foram encontrados uma carruagem e um estábulo com restos mortais de três cavalos. Acredita-se que também façam parte dos aposentos dos serviçais da época. Agora, os arqueólogos encontraram três camas, vasos de cerâmica, uma arca de madeira, um penico e um eixo de carruagem. Além de acomodar os escravos — possivelmente uma família — o quarto também servia de depósito.

“O estudo desta sala permitirá descobrir informações sobre
as condições de vida dos escravos em Pompeia e no mundo romano” Massinmo Osanna, diretor dos Museus (Crédito:Andreas SOLARO / AFP)

Família de escravos

Duas camas tinham comprimento de 1,7 metros e a outra com 1,4 metros, feitas com prancha de madeira. A hipótese dos cientistas é que pertencessem a dois adultos e uma criança, respectivamente. Dentro da arca de madeira havia materiais de metal e tecido que os arqueólogos sugerem ser utilizados para arreios de cavalos. A arquitetura era precária com apenas uma janela para iluminação e sem decoração nas paredes.

Não é comum que a história seja contada a partir da perspectiva dos vassalos. Ter informações mais precisas de como era a convivência entre as classes pode ser importante para explicar a economia da época. Por isso, o diretor do sítio arqueológico, Gabriel Zuchtriegel, acredita que é a sua descoberta mais importante como arqueólogo. “Mesmo sem a presença de grandes preciosidades, o verdadeiro tesouro aqui é a experiência humana, neste caso dos membros mais vulneráveis da sociedade antiga, a que esta sala é um testemunho único”, diz.

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