7 coisas que foram perdidas no incêndio do museu nacional

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 Coleção de paleontologia

O Museu Nacional possuía uma das mais importantes coleções de paleontologia de toda a América Latina.  Eram 56 mil exemplares e 18,9 mil registros. A coleção inteira consistia principalmente em fósseis de plantas e animais. Eram fósseis tanto do Brasil quanto de outros países. Além disso também tinham reconstituições e réplicas. Dentro dessa coleção, havia dois que, talvez, fossem os mais importantes. O primeiro foi Maxakalisaurus topai, primeiro dinossauro de grande porte montado no Brasil, que teve sua ossada encontrada em Minas Gerais.

Em segundo, era o Tropeognathus mesembrinus, um pterossauro que viveu no Nordeste na Era dos Dinossauros. Essa espécie também era estudada no instituto, como várias outras de importância ímpar para a ciência.

2 – Coleção de Arqueologia Clássica

A coleção de arqueologia clássica do Museu Nacional era, sem dúvida, uma das mais valiosas do museu. Ela era composta por 750 peças. Entre elas constavam itens das civilizações gregas, romanas e etruscas. Devido ao tamanho da coleção e ao seu valor, foi considerada o maior do gênero na América Latina. Essa coleção só foi possível graças ao apoio da família imperial brasileira que trouxe da Europa boa parte do que havia no museu.

3 – O crânio de Luzia

O fóssil de Luzia, nome que recebeu dos estudiosos, era o item mais procurado pelos visitantes no Museu Nacional. A principal atração do museu era o fóssil humano mais antigo encontrado no Brasil. Ele foi descoberto em 1974 pela arqueóloga francesa Annette Laming-Emperaire, em Minas Gerais, e teria entre 12 a 13 mil anos. Estudos do fóssil, que não mantém características próximas dos atuais índios brasileiros, indicam que possa ter acontecido uma onda migratória da Ásia para o Brasil há 12 mil anos atrás.

4 – Caixão de Sha Amun en su

O Caixão de Sha Amun en su já fez parte da coleção particular do Imperador D. Pedro II. Ele tinha ganhado de presente, em 1826, em uma visita que fizera ao Egito. O caixão atraia boa parte do público que visitava o museu. A coleção de arqueologia egípcia do Museu Nacional contava com mais de 700 peças e era considerada a maior da América Latina, além de ser a mais antiga do continente. Ela contava com várias múmias e sarcófagos.

5 – Afrescos de Pompéia

Os afrescos (pinturas murais feitas no reboco fresco) do Museu Nacional chegaram ao Brasil em 1855, presente do rei das Duas Sicílias, Dom Fernando II, irmão da Imperatriz Teresa Cristina. Não se conhecia sua origem, mas gravuras do Templo de Ísis, em Pompéia, um dos sítios arqueológicos mais visitados, sugerem que sejam oriundos de lá.

6 – Artefatos de civilizações ameríndias

O acervo de etnologia do Museu Nacional tinha artefatos da cultura indígena. Lá era possível encontrar objetos raros do povo Tikuna, da cultura afro-brasileira, além de itens de culturas do Pacífico. Havia pelo menos 1.800 artefatos de civilizações ameríndias da era pré-colombiana. Segundo a historiadora Heloísa Bertol Domingues, em matéria da BBC News, o museu foi concebido nos moldes de instituições europeias. Na época da inauguração, quando o local ainda se chamava “Museu Real”, Dom Pedro I escreveu que o objetivo era “propagar os conhecimentos e estudos das ciências naturais no Reino do Brasil”.

7 – Múmias

O Museu Nacional era um dos únicos, em nível global, que preservava uma múmia do Antigo Egito de maneira intacta. Era a maior coleção da América Latina. Um dos túmulos nunca foi aberto, sendo visto a partir de tomografias computadorizadas. No acervo, havia o esqueleto de um gato mumificado, além da múmia de uma cantora religiosa que atuava no templo do deus Amon. Ao realizar uma análise, foi possível verificar que a garganta da mulher fora “preservada” com tecido e resina para cumprir seu papel no pós-morte.

O que sobrou?

Depois da tragédia, começa-se a analisar o que sobrou do incêndio. Porém o resultado não é nada animador. Segundo o professor Paulo Buckup, que junto a outros pesquisadores tentaram salvar algumas coisas do incêndio, não sobrou nada do prédio principal. “Com a possível exceção da coleção de material tipo de moluscos que pude ajudar a salvar graças ao Claudio (técnico da Coleção) que nos guiou em meio à escuridão”, escreveu o professor do programa de pós-graduação em Ciências Biológicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Talvez apenas um objeto que passou pelas chamas do incêndio tenha realmente sobrevivido. Em imagens gravadas para a TV, e em várias fotos em sites noticiosos, é possível verificar que o meteorito do Bendegó não foi destruído pelas chamas. Ele foi descoberto em 1784 no interior da Bahia e é o maior já encontrado no país, pesando 5,36 toneladas. Além disso, ele é composto de ferro e níquel e mede mais de dois metros de comprimento.

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