Remédio contra hepatite C é capaz de eliminar chicungunha, mostra estudo

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Um estudo divulgado nesta quinta-feira mostrou que o sofosbuvir, utilizado no tratamento da hepatite C, é capaz de eliminar também os vírus da chicungunha e da febre amarela. Realizado no Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), o trabalho indica que a droga se mostrou 11 vezes mais efetiva contra o vírus da chicungunha do que contra as células humanas infectadas.

Segundo os pesquisadores, a descoberta pode ser uma alternativa mais barata e rápida do que a formulação de um novo medicamento contra a chicungunha. Ainda assim, mas testes são necessários. O artigo sobre a pesquisa relativa à febre amarela ainda não foi publicado.

— Fizemos estudo em células humanas que aponta uma possibilidade para combater o vírus da chicungunha com uma droga segura, o que indica uma possibilidade de tratamento. É importante desenvolvermos estratégias para tratar algo que já incapacita muitas pessoas — afirma Lucio Freitas-Junior, um dos autores do estudo e pesquisador do Departamento de Microbiologia da Universidade de São Paulo (USP).

Ele ressalta que mais testes ainda são necessários. Os pesquisadores ainda não sabem com precisão como a droga atua em termos moleculares. O que constataram foi o resultado macroscópico: a eliminação do vírus e a preservação das células.

— No tratamento da hepatite C, o sofosbuvir se mostrou efetivo por inibir a proteína que sintetiza o genoma viral. Pode ser que ocorra o mesmo no caso da chicungunha, mas o mecanismo de ação ainda precisa ser elucidado — afirmou a pesquisadora Rafaela Milan Bonotto, uma das autoras do estudo.

Em 2017, foram registrados mais de 184 mil casos prováveis de chicungunha, segundo o Ministério da Saúde. Não há tratamento específico para a doença, o acompanhamento é geralmente feito com hidratação e repouso. Em geral, a recuperação leva dez dias, mas algumas sequelas, como dores nas articulações, podem durar meses ou anos.

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