O prefeito de Itaberaba, João Almeida Mascarenhas Filho (PP), afirmou na segunad-feira, 19, que exonerou o ex-secretário Alberto Magno de Almeida Leal após ter descoberto que o ex-colaborador cobrava propinas de empresas que tinham contrato com a prefeitura.
Ex-secretário de Administração, Modernidade e Informação, Alberto Leal, por sua vez, acusa o prefeito de desvios mensais de R$ 1 milhão. Diz ainda que teve a casa invadida a mando do prefeito, no dia 15, quando homens chegaram a apontar arma para a cabeça de uma criança de nove anos.
O prefeito visitou, na tarde de segunda, a sede de A TARDE, onde apresentou documentos que comprovariam a prática irregular do ex-secretário.
Acompanhado do advogado Luiz Augusto Coutinho, da secretária de governo, Marigilza Mascarenhas, e do secretário-geral do PP e prefeito de Ilhéus, Jabes Ribeiro, mostrou cópias de depósitos bancários em conta pessoal de Alberto Leal.
O depositante identificado em três dos cinco documentos é a Fraga & Morais Advogados Associados, que presta serviço técnico especializado de assessoria em processos de aposentadoria e pensões para efeitos de compensação previdenciária à Itaberaba Previdência (Itaprev), autarquia do município.
Nos dias 3 e 18 de junho de 2014, há registros de depósitos de R$ 2 mil. Em 10 de setembro, de R$ 4 mil. Um outros depósito de R$ 2 mil, ocorrido em 21 de fevereiro, teria como depositante uma sócia da empresa de advocacia. Segundo o prefeito e seus assessores, houve ainda outro depósito de R$ 5.240,00 (neste não foi possível identificar a data e o depositante no comprovante bancário).
O prefeito de Itaberaba disse que decidiu exonerar o secretário quando soube das práticas. “Tivemos o caso desta empresa que denunciou e apresentou os depósitos na conta do ex-secretário. Ele cobrava esta propina, dizendo que as fazia em meu nome, sob risco de os contratos serem rescindidos”.
Roubo de papéis
João Almeida Mascarenhas Filho nega ainda a acusação de que tenha mandado invadir a casa do ex-secretário, em ação conjunta com o presidente da Câmara de Vereadores, Zenildo Nascimento Aragão (PHS). “Jamais faria isso”, disse.
Alberto Leal guardaria em casa documentos que provariam corrupção na prefeitura. O prefeito disse que não faria sentido roubar estes documentos, uma vez que há cópias na prefeitura e nas secretarias.
Mascarenhas Filho afirma que o ex-secretário queria extorqui-lo. “Ele disse que se eu não pagasse a ele, apresentaria denúncias”. O prefeito diz ainda que Alberto Leal tentou, também no dia 15, invadir seu gabinete portando arma de fogo.