Pastora visita terreiro de candomblé em encontro ecumênico e faz preces com mãe de santo

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Uma pastora evangélica participou de um encontro ecumênico em um terreiro de candomblé e causou polêmica na Bahia. O encontro foi marcado para manifestar solidariedade aos adeptos das religiões afro-brasileiras após atos de intolerância terem sido registrados no estado.

Sônia Mota, pastora e representante da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE) e do Conselho Ecumênico Baiano de Igrejas Cristãs (CEBIC), esteve acompanhada do secretário estadual de Promoção da Igualdade Racial (SEPROMI), Raimundo Nascimento, na visita ao terreiro Ilê Axé Obá Babá Xeré, em Cajazeira XI, que é liderado pela ialorixá mãe Branca.

De acordo com Branca, “as crianças não podem dizer que são do candomblé por que são discriminadas”, e recentemente, um monumento sagrado da religião, a Pedra de Xangô, foi vandalizada.

A pastora, que usava uma camiseta branca com os dizeres “Eu respeito as diversidades”, criticou o ato de vandalismo e afirmou que seu gesto de ir ao terreiro tinha como objetivo deixar um recado à favor da tolerância.

“Nós, enquanto organização de entidades religiosas, não compactuamos com atos de desrespeito à diversidade religiosa. A CESE luta há 40 anos pelo reconhecimento dos terreiros. Essa depredação da Pedra de Xangô causou muita indignação entre nós. Nossa presença hoje é justamente para provar isso”, disse Sônia Mota.

A mãe Branca agradeceu o gesto e frisou que foi surpreendida pela visita da pastora: “Saio daqui muito emocionada. É um acontecimento histórico para os povos de terreiro. Nunca imaginei que um dia receberia pastores em minha casa. Tenha certeza de que essa luta não será em vão”, comentou.

Gnotícias

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