Paralisação dos Correios atinge pelo menos 4 estados

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Nesta segunda-feira (22) funcionários dos Correios fazem paralisação parcial pelo país em pelo menos quatro estados:  Minas Gerais, Roraima, Mato Grosso e Sergipe. A paralisação começou na quinta-feira (18) atingindo os quatro estados mais Rio de Janeiro, Tocantins e Rio Grande do Sul.

Na sexta-feira (19), uma assembleia de funcionários no Rio Grande do Sul decidiu  suspender a paralisação. Os servidores, porém, seguem em estado de greve até quarta-feira (24), quando uma nova reunião definirá os futuros do movimento. No Rio de Janeiro, os funcionários encerraram a paralisação após acordo.

No Tocantins, o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos (Sintect-TO) confirmou nesta segunda-feira (22) o fim da greve no estado. A decisão foi tomada em uma assembleia realizada pela manhã em Palmas e Araguaína.

Os Correios informam que estão operando com normalidade em todo o Brasil. A empresa diz que o movimento de paralisação está restrito a algumas regiões dos estados, como no caso de Minas Gerais, que seria apenas a região da Grande Belo Horizonte.

Levantamento divulgado pela estatal no final da tarde de sexta-feira (19) mostrava que 97,7% do efetivo estava trabalhando (122.462 empregados), número apurado por meio de sistema eletrônico de presença. A paralisação estaria concentrada na área de distribuição — do total de 12.237 carteiros que deveriam trabalhar nos estados de Sergipe, Minas Gerais, Roraima, Tocantins, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, 2.411 não compareceram (19,70%), segundo os Correios. Novo levantamento será divulgado nesta segunda-feira.

Segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect), haverá uma reunião na próxima terça-feira (23) para decidir o futuro da greve.

Reivindicações

Em Minas Gerais, os trabalhadores pedem reajuste de 29% no salário para todos os cargos; piso de R$ 3.079 – hoje o valor é de R$ 1.084, segundo o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Minas Gerais (Sintect-MG). Eles pedem ainda a entrega de correspondências no período da manhã; seis horas de jornada de trabalho para atendentes comerciais, hoje são oito; e luta contra a privatização e a terceirização na empresa.

Em Mato Grosso, os grevistas reivindicam aumento salarial e a realização de concurso público para o fim dos contratos temporários. Essa é a segunda vez neste ano que a categoria paralisa as atividades no estado, porém, da outra vez eles protestaram contra a terceirização do plano de saúde.

Em Sergipe, as reivindicações são revisão da área atendida por cada profissional, reajuste salarial de 8% de aumento real e outros 11,93% relativos a supostas perdas salariais do Plano Real, além de realização de concurso público para 500 carteiros.

Em Roraima, a justificativa da paralisação é a empresa propor a substituição da reposição da inflação salarial por uma gratificação de incentivo à produtividadede da empresa. Além disso, os carteiros reivindicam que a distribuição domiciliar seja realizada pela manhã e melhorias nas condições de trabalho, como a aquisição bicicleta novas e a contratação de mais carteiros.

No Rio Grande do Sul, as principais reivindicações são reposição da inflação de 6,40%, aumento real de 8%, reposição das perdas de 11,93, contratação imediata e melhores condições de trabalho, luta contra a privatização, luta contra o Postal Saúde, além das entregas pela manhã.

Proposta da empresa

Os Correios oferecem aos trabalhadores reajuste de R$ 200 em forma de gratificação, a ser incorporada gradualmente, nos salários de quem recebe de R$ 1.084 a R$ 3.077,00. Para quem recebe acima de R$ 3.077,00, o reajuste é de 6,5% no salário base. Segundo os Correios, o reajuste proposto representa aumento de cerca de 20% sobre o salário base de carteiros, atendentes e operadores de triagem e transbordo e abrange cerca de 90% do efetivo da empresa. A proposta inclui ainda reajustedo vale-cesta, de R$ 158,45, passa para R$ 188,58, e 3 unidades extras de vale alimentação/refeição por mês, com valor de R$ 30,13 cada.

A estatal afirma que a proposta foi aceita pelos sindicatos do Acre, Alagoas, Amapá, Brasília, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Juiz de Fora (MG), Uberaba (MG), Mato Grosso do Sul, Pará, Rio Grande do Norte, Rondônia, São Paulo, Santa Maria (RS), Bauru (SP), Ribeirão Preto (SP) e Santos (SP).

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