Parada LGBT é momento de liberdade plena para muitos, afirma participante

4122017100755

 

4122017100755

Se você perguntar a qualquer pessoa assumidamente homossexual como foi a experiência com sua família ao revelar sua sexualidade, quase todas as respostas serão parecidas. Como foi o caso do feirense Daniel Júnior de 27 anos. Ele se assumiu há 10, quando ainda tinha apenas 17 e conta que as reações não foram boas. “Foi uma barra. Fiquei muito triste por que tive que enfrentar muita rejeição”, afirma.

Igualmente parecidas seriam as repostas de pessoas não assumidas, ao explicarem o porquê de não o fazerem. Luiz Henrique, bissexual, enfrenta uma situação de cunho peculiar com sua mãe, única pessoa que sabe, mas que é fruto das mesmas raízes. “Ela me apoia, mas é só por que ela acha que é uma fase e que vai passar”. Luiz conta que ainda não se assumiu completamente por que tem medo. “Metade da minha família é extremamente religiosa e homofóbica. Eles já falam mal dos meus amigos”.

Os dois estavam presentes na 16ª Parada do Orgulho LGBT de Feira de Santana, um importante, e talvez, escasso momento de liberdade plena para muitos dos ali presentes, como afirma Daniel. “Meu comportamento no dia a dia é retraído, de certa forma. Isso na tentativa de evitar ser visto como alguém inferior. Tento mostrar certa normatividade. Essa heteronormatividade”.

Criado em 2017, Movimento de Articulação LGBT+ promoveu o evento

16a Parada LGBT de Feira de Santana - Gean Goncalves e Lurdes Santana - Foto 11 por Cau Preto

Jean Gonçalves e Lourdes Santana

Apesar de ser a 16ª edição, esta foi a primeira Parada LGBT de Feira organizada pelo Movimento de Articulação LGBT+, grupo formado em junho deste ano. Jean Gonçalves, um dos seis organizadores do evento, conta que, além de organizar a Parada, o grupo também pratica ações em prol da comunidade LGBT em Feira. “Nós firmamos algumas parcerias e distribuímos camisinhas, por exemplo, a transexuais que trabalham com profissões à margem da sociedade. Parceria com faculdades, a fim de oferecer mais saúde a essas pessoas”.

Lourdes Santana, que já atua na área de movimentos sociais em prol das minorias de Feira, também participou da organização do evento e faz parte do grupo. “Outro parceiro nosso é o CUCA. Fazemos reuniões todo domingo de manhã numa sala que eles cedem. Somos um grupo novo, sem apoio financeiro de ninguém, mas que já fez muito por Feira de Santana”, afirma.

Apoio da Prefeitura

A 16ª Parada LGBT de Feira de Santana teve apoio logístico da Prefeitura Municipal através das Secretarias de Saúde, Cultura Esporte e Lazer, Prevenção à Violência e Superintendência Municipal de Trânsito.

 

 

OUTRAS NOTÍCIAS