“Os policiais deveriam ser condecorados”, diz deputado Prisco sobre ação que resultou em 12 mortos Featured

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O deputado estadual Marco Prisco (PSDB) pretende fazer um pedido formal à Polícia Militar da Bahia para a promoção dos agentes envolvidos na operação que resultou em 12 mortos na Vila Moisés, Estrada das Barreiras, em Salvador. Para ele, ação beirou o heroísmo. “Os militares são pais de família que arriscaram suas vidas em defesa da sociedade de bem. Eram mais de 30 homens fortemente armados. Deveriam ser condecorados. O Estado agiu certo em defendê-los”, insiste o parlamentar, vice-presidente da comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa. Marco Prisco ingressou na PM em 1999 e já liderava a greve de 2001, que levou pânico à população baiana. Em 9 de janeiro de 2002, foi exonerado pela participação no movimento.

Criou a Associação de Praças e Soldados (ASPRA), articuladora da greve de 2012. Foi preso na Páscoa de 2014, às vésperas de uma greve da Polícia Militar. Sobre o episódio, a pior recordação é de ter sido rendido com armas, algemado e escoltado por 30 policiais federais, na frente de esposa e do casal de filhos, quando estava pronto para fazer check-in em um resort no Litoral Norte. Daí, foi conduzido para o presídio da Papuda, em uma ação que prefere chamar de sequestro a prisão. Foi libertado em junho de 2014 e mantém uma rotina com restrições judiciais. Ele tem resistência a grupos de defesas de Direitos Humanos por não terem demonstrado simpatia com o seu caso.

Enquadrado na Lei de Segurança Nacional, Prisco precisa voltar para casa antes das 20h, não pode sair aos fins de semana, sequer transitar fora dos limites de Salvador. A mulher e filhos moram na cidade de Santo Antônio de Jesus. Prisco também defende o fim da militarização da polícia por achar que ela faz os agentes “cumprirem ordens e não leis”. Ele cita os exemplos de massacres como Eldorado dos Carajás e presídio do Carandiru para justificar que policiais estão muito sujeitos a determinações superiores de execução sem qualquer possibilidade de contestar. O deputado acha que o mesmo não ocorreu na Estrada das Barreiras. Nessa entrevista, além de falar sobre a ação policial, ele conta de quem foi o único voto nulo na reeleição de Marcelo Nilo para o quinto mandato como presidente da Assembleia Legislativa. Prisco e Nilo, agora colegas parlamentares, se envolveram em troca de acusações na época de negociações sobre a greve.

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