Médica paga fiança R$ 4 mil e é liberada após ser detida por morte de professora

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Autuada em flagrante por homicídio pela morte da professora de balé Geovanna Alves Lemos, 41 anos, a médica Rute Nunes Oliveira Queirós pagou R$ 4 mil pela liberdade no mesmo dia que foi conduzida à 16ª Delegacia (Pituba). Ela dirigia o veículo Kia Sportage envolvido no acidente que matou Geovanna na Avenida ACM, bairro da Pituba. A professora será enterrada às 16h30 desta sexta-feira (16) no Cemitério Campo Santo, na Federação.

Rute deve responder por “prática de homicídio culposo na direção de veículo automotor”, conforme artigo 302 do Código Brasileiro de Trânsito, que prevê detenção de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. “Quando a pena é de até quatro anos, cabe fiança, que é estipulada pela autoridade policial”, disse o advogado de Rute, Diego Benevides.

Benevides comentou o valor da fiança dado pela delegada Maria Andrade, plantonista da 16ª Delegacia (Pituba). “Normalmente se aplica frações de salários mínimos. Foi até um valor bem superior ao que se é arbitrado”, disse ele, sem dar mais detalhes.

A pedido do CORREIO, o advogado Vivaldo Amaral comentou sobre os parâmentos usados por delegados para se estabelecer o valor de uma fiança. “Para chegar ao valor, normalmente o delegado leva em consideração não só a situação financeira do acusado, mas também as circunstâncias, porque ninguém sai de casa dizendo ‘eu vou matar’”, explicou Amaral.

IML
Nesta sexta-feira (16), parentes disseram que a professora não foi vítima de uma fatalidade. “(Geovanna) foi assassinada”, afirmou a assistente de qualidade Ana Caroline de Assis de Almeida, 35, prima da professora, no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IML).

Ana Caroline contestou o depoimento que a médica Rute Nunes apresentou na delegacia. “Ela disse que teve um mal súbito, mas tem testemunhas que a viram no celular antes do carro atingir a moto em que estava minha prima. Como pode uma médica que julgou dizer a verdade, salvar vidas, foi diretora de um grande hospital e não dizer a verdade, se valer das orientações de advogado. Queremos justiça nada a mais”, desabafou Ana Caroline.

O pai de Geovanna, Filemon Lemos, esteve também no IML para liberação do corpo, mas preferiu não dar entrevista. A mãe da professora de balé, Lovildes Alves, não teve condições emocionais de acompanhar o processo de liberação do corpo da filha e está em estado de choque.

“Ela (Geovanna) era filha única e morava com a mãe. Eram confidentes. Ela (médica) destruiu a vida de minha tia”, ressaltou a advogada Fabíola Dimpino de Almeida, prima de Geovanna, que também estava no IML. “A família está tomando suas providências judiciais”, complementou.

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